Apenas uma garota perdida tentando encontrar seu lugar nesse planeta que se chama Terra mas que é tão coberto de gelo.

domingo, 14 de março de 2010

Things that I learned with my friends

_ "Diferent, not strange" (Dustin, Canadá) - Todo mundo tem um jeito de agir, e devemos respeitar esses diversos jeitos. O contexto em que o meu amigo canadense me disse isso foi sobre culturas. Quando se viaja, você entra em contato com pessoas de diferentes países e consequentemente, hábitos muito distintos dos seus. É muito difícil não fazer um julgamento de valor em um primeiro momento, mas deve-se ter em mente, que o que parece normal para você pode ser "estranho" para outros. Por isso, o "estranho" na verdade não existe, devemos respeitar as outras pessoas como elas são.

_ "Shit happens" (Dario, Suíça) - Coisas ruins acontecem. E aí nem sempre adianta gritar ou chorar ou o que for. Você tem que aceitar, sem descontar nos outros. É bem aquele ditado de "mudar o que não pode aceitar, e aceitar o que não pode mudar". E há toda uma discussão filosófica sobre limitações humanas, mas não vou aprofundar.

_ "Enjoy your life" (Camilo, Chile) - Ninguém curtia mais a vida do que esse "moleque" de 17 anos. Entrava em tudo, bebia demais... mas em uma coisa ele tinha razão: a vida é curta e devemos aproveitar (de pref. sem fazer coisas ilícitas, por favor)

_ "The important is the heart" (Ozkan, Turquia)  - Foi em uma conversa sobre religião, e esse assunto é complicado o suficiente. Tanta guerra que usa a religião como pretexto, quando o cerne dos principais monoteísmos está no Amor ao próximo. E aqui eu concordo com o Oskan, não importa se você é judeu, cristão ou mulçumano, o que interessa de verdade é a bondade que está na sua alma.

E é claro que aprendi mais uma série de coisas com outras pessoas, principalmente meus amigos brasileiros. Acho que de cada um que eu conheci, carreguei um pouquinho comigo. Saudades imensas de Vancouver.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

### Go, Canada, Go!

Quando eu escolhi Vancouver – na verdade meus pais escolheram – não fazia idéia de que os jogos olímpicos de inverno estavam chegando. E quando descobri, através da internet, não sabia a proporção do evento. Só resolvi estender meu intercâmbio ao ver que The All American Rejects iria estar presente, mas essa história vocês já conhecem. Entretanto, eu mudei nessas últimas semanas. O Winter Olympics Games é um evento enorme, com uma série de atividades e jogos e o espírito que invade nossas mentes e corações não tem descrição. É claro que duas moedas tem dois lados, o dinheiro que se gasta em um evento dessa proporção é enorme e na maioria das vezes poderia ter sido usado para melhorar os setores que são teoricamente deveres do Estado, como saúde, educação e o maior problema de Vancouver: falta de moradia (homeless). É verdade que a economia ganha com o aumento do turismo, mas são apenas alguns setores, enquanto outros ficam subjulgados. Antes de os jogos começarem, eu enchia o pulmão para discurssar sobre a falta de responsabilidade social do governo canadense – embora se saiba que a assistênia social do Canadá é imcomparavelmente melhor que a do Brasil –, e até mesmo do brasileiro, sempre enfatizando os aspectos negativos da Copa. Todavia, sempre é muito mais fácil falar. No momento em que a tocha passou, flamejando em frente ás cabeças e câmeras de diversas pessoas numa rua West Pender lotada, minha mente esvaziou-se completamente de argumentos socio-políticos. Isso porque, o espírito olimpíco nos invadiu como um vento gélido porém confortável de inverno como quem anuncia neve, que é sinônimo de não ter aula. A cidade logo se encheu de europeus e canadenses de outros lugares como Montreal, Quebec e a minha odiada Toronto. Não se via mais tantos asiáticos como outroras, e por todo lugar disparava-se um flash, ou ouvia-se um grito de comemoração. Big Screens nas ruas mais agitadas e um festival de cores na Robson Square. Tirolesa de graça. Bandas tocando suas músicas por todo lugar. Music everywhere. Art everywhere. Bandeiras do Canadá espalhadas nas janelas, nas portas, nos muros. Nos letreiros dos ônibus: “Go, Canada, Go”. A cidade parecia em festa. E realmente era uma grande celebração. Estava eu andando pela Granville com meus amigos brasileiros – Granville Street é minha rua favorita em todo o mundo, não só porque contém as melhores boates e os bares mais famosos, mas também porque fica inluminada e lotada a noite inteira – quando vimos um grupo de pessoas gritando e balançando as bandeiras. O Canadá ganhara a primeira medalha de ouro e as ruas estavam em completa euforia. Nos juntamos, cantamos até uma parte do Hino, a única parte que sabemos: “O Canada”. De repente, alguém perguntou “Where are you from?” Respondemos juntos: “Brasil”. E então todos começaram a gritar juntos: “BRASIL, BRASIL”, e um português falou no auto-falante os nomes de alguns jogadores da seleção brasileira. Todos amam o Brasil, e odeiam os países árabes e os EUA, claro. Inclusive nesse dia, sempre que passava um estaduniense, alguém gritava “USucks”, e todos acompanhavam. Normalmente, eu acharia uma falta de respeito, mas nesse caso eles merecem. Não existem pessoas – e é claro que eu estou generalizando – mais rudes e antipáticas que os estadunienses. Desde que eles chegaram em Vancouver, mostraram sinais de completo desrespeito, principalmente quando ganhavam alguma medalha – e foram muitas. Nessa hora, todas as nacionalidades se juntavam em uma mistura de desprezo pelos Estados Unidos da América. Indianos, coreanos, brasileiros, todos em volta da bandeira com a Maple Leaf, gritando pelo Canadá. E foi isso que o Canadá representou para mim, embora a realidade em algumas cidades sejam bem diferentes, Vancouver mostrou que a diversidade pode existir sem o preconceito – embora todos sejam preconceituosos sobre os EUA (risos). Naquela hora, olhando a bandeira do Canadá sendo levantada e balançada e mais de cinquenta pessoas ao redor gritando juntas, diversas nacionalidades unidas, estendendo um único hino, eu me rendi ao Canadá. Nos dias seguintes, levava minha bandeira pendurada. E não, nunca esqueci que eu sou brasileira, mas como nós não temos time de Hockey, eu torci pelo Canadá. O pub estava lotado e interessante notar que nós brasileiros gritávamos mais do que os canadenseses. Let’s go Canada, let’s Go! – palmas. Isso porque Vancouver representara uma vida para nós. Longe de casa, e tão perto do lar simultaneamente. Depois da vitória apertada contra a Suíça – e devo abrir um parentêse para dizer que as pessoas mais legais, educadas, abertas que conheci aqui eram da Switzerland, inclusive meu querido amigo Dario, que eu conheci no ônibus – fomos para a Granville Street. Fomos cantando músicas brasileiras horríveis, já que ninguém ia entender mesmo. E os meninos ensinaram as canadenses a falarem “foda-se Canadá”, fazendo com que elas pensassem que estavam dizendo “Go Canada” em português. Muitos perguntavam se as assinaturas na minha bandeira era de um time de Hockey. “No,” eu dizia “so much important... my friends from school”. Teve até um canadense que quis assinar, ele colocou o número do celular dele, um coração e um nome: Cody. Eu ri. E assim se passaram os últimos dias, andando pela Granville, making friends, gritando, torcendo, carregando a bandeira. Ao parar o ônibus, o motorista estava dando os avisos, quando disse “and...” pausa “go canada!!!”. As pessoas foram ao delírio. E eu me despedi de Vancouver como quem diz adeus ao melhor amigo. A maioria das pessoas pode dizer que eu tenho uma visão apenas parcial sobre tudo e isso é verdade. Minhas duas homestays eram excelentes, fiz muitos amigos e passei afinal apenas 6 semanas. Não tive problemas sérios de saúde, não precisei buscar moradia, em outras palavras não fui uma real “moradora” – há quem diga que tudo para turista é ok. – então não posso defender a cidade com argumentos baseados em evidencias sérias. Não passei fome, nem muito frio, nem precisei pedir dinheiro na rua – algumas coisas que certas pessoas precisam fazer todos os dias. Mas de uma pequena coisa eu tenho certeza: tudo depende de como você vê as coisas. Tem gente que pode estar na cidade mais maravilhosa do mundo e vai achar horrível do mesmo jeito. Meus amigos do Sul só reclamavam. Sinceramente, não acredito que alguma cidade no Brasil possa ser melhor que Vancouver em termos de organização e sistema público de transporte, e olhe que Brasília é uma cópia mal feita – mas eu amo Brasília mesmo assim. Minha visão pode ser parcial, mas ela é tudo o que eu tenho. E é a única coisa que não podem tirar de mim, nem mesmo a Alfândega. Eu sei muito bem o que eu vivi, e espero não ter que receber julgamentos. Vancouver foi muito mais que um lugar, foi um lar, a recepção foi incrível, e o Canadá se tornou uma segunda casa. Ainda gosto mais do Brasil, principalmente em termos de comida e pessoas, e dificilmente foi gostar de outro país mais que o meu, mas vou guardar com carinho todas as lembranças dessas férias de verão que eu passei no inverno.

As flores estavam aparecendo quando eu deixei Vancouver. Aqui em Toronto, a neve continua descendo em tempestades, e no Brasil deve estar fazendo um sol daqueles. Sinto falta de quando todo dia o Dario dizia “Hey Nay”, e eu tinha que virar para escutar ele falar “Have a nice day”, no cruzamento da esquina. Sinto falta de ouvir as aventuras do Camilo, que apesar de ter apenas 17 anos entrava em todas as festas e bebia muito mais que eu. Sinto falta de ver o Dustin usar o GPS e mesmo assim não saber onde está. E dos desenhos dele. Sinto falta de andar com o Thiago e a Júlia por todos os lugares, do jeito que ele era protetor e da forma que ela era a pessoa mais animada que eu conheci, uma amiga para todas as horas. Sinto falta dos teenagers, sempre gritando pelas esquinas da Granville, procurando o que fazer, porque não se entra em lugar nenhum com menos de 19 anos. Da fake ID horrorosa da Bárbara que era maior que um IPOD. Da melhor professora de inglês do mundo. Do japonês que não gostava de abraços. Da inteligência do Emil. Da animação da Camila e dos atrasos do Nilton. Das brincadeiras do Oskan. De aprender a falar turco com o Alper. Do Neo, que na verdade se chama Song Tai Huang. Da doçura da Pryia e até mesmo do chorão do Kyle. Do meu novo hostbrother brasileiro e do Jackie chan. Do transporte público. Das festas de todas as Sextas. Da risada do Victor. De andar de mãos dadas com o Anthonie, apesar de ele segurar minha mão de um jeito muito estranho – a little bit cold. Do sotaque neozelandês dele, que eu não entendia quase nada e tinha vergonha de dizer. De Whistler e suas casinhas que parecem de boneca. De subir as escadas da escola e chegar cedo para ler meu jornal. Da cathedral. De gritar Go Canada na rua e ser correspondida por vários grupos de pessoas. De conversar no bus, seabus, skytrain. Do Metrotown. De comer sushi. Do pessoal da escola (dmitri, katherine, camila...). Dos bares. Daz luzes da Granville. De entrar no facebook escondido na future shop. De vencer o Dustin e o Thiago na sinuca e ainda ganhar drinks de graça. Do Malones e do Cambie. Do Aubar, em que sempre tocavam as mesmas músicas – pelo menos era funk. De encontrar as pessoas coincidentemente, principalmente o Breno. Das músicas da rádio e dos seriados da TV.

Das árvores, dos corvos, dos esquilos, de tudo.
I miss you, Vancouver. I hope to go back one day, maybe in the summer. I loved all the friends that I had and everything that I did. I don’t have any regret. Once time when we were walking together, Anthonie asked me what was the most excited thing that I’d done in my life. I said him that it was maybe going to Canada, in my own words. Now, I know that it’s not “maybe”. I’m sure that coming here alone was the most excited thing that I’ve done, more than everything. If I could choose, I would go to Vancouver again. Everything was like a movie or a beautiful picture and I’ll always remember. Especially the friends that I've made. If anybody wants to visit me in Brazil, they will be very welcome in my house. All of you has a little part of my heart. Thanks, everybody.


And...

GO CANADA GO!!!
PS: Sinto falta do Brasil, é claro. Família, amigos, Brasília, UnB. Agora sou monitora e coordenadora, fora os 24 créditos que pretendo pegar e mais o curso de Inglês e Francês. E a academia. É, it’s time to work hard.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

## Move along

Sabe aquele dia que tudo pode dar errado, mas acaba sendo quase perfeito? Quando você perde as esperanças e de repente a luz no fim do túnel aparece e resolve todos os seus problemas como em um passe de mágica? Quando tudo parece perdido, mas então a engrenagem do relógio da vida volya a funcionar e os obstáculos são quebrados um por um. Esse foi o dia 13/02, quando eu parti em minha jornada a Whistler com pouco dinheiro, sem amigos e com uma mochila nas costas. Apesar de todos os avisos dos meus pais alertando-me para não sair de casa e de ter dormido pouco na noite anterior, eu abri os olhos e falei para mim mesma "eu tenho que ao menos tentar ir ao show do The All American Rejects". Eu aceitaria se eu tivesse feito de tudo para ir, mas a verdade foi que eu negligenciei o amor que tenho pela banda. O show fazia parte da cerimônia de entrega de medalhas do segundo dia dos jogos olimpícos de inverno e era de graça apenas - e restrito - para os moradores de Whistler, uma pequena cidade (vila) coberta de neve e localizada a cerca de duas horas de Vancouver. A única forma de conseguir um ticket era comprando na internet na faixa dos 80 a 100 dólares (através da craiglist, uma espécie de classificados). Eu tinha conseguido um por 90, mas o homem que ia vender acabou fechando com outra pessoa sem me avisar. Desesperadamente tentei com uma mulher, com a qual me correspondi na internet. Só faltava resolver o problema do transporte. No final da semana eu tinha praticamente desistido de ir por causa do dinheiro, mas Sábado eu acordei resolvida a tentar. Peguei minha mochila, sem celular ou netbook, e fui para Downtown. Chegando lá, procurei e achei a central do snowbus e comprei meu ticket de ida. A mulher disse que a volta estava cheia, perguntei quais eram as opções, ela disse que eu poderia tentar comprar um ticket na Greyhound Line quando chegasse em Whistler. Correria eu o risco de não voltar? Sim, eu corri. Durante o trajeto no ônibus, fiquei pensando em todos os riscos que eu estava seguindo: sozinha, em outra cidade, sem celular, sem muito dinheiro, e principalmente: sem passagem de voltar ... por que as pessoas fazem tanto só para ver uma banda? Ou um ídolo? Nessa hora, eu me achei uma idiota. Tanto trabalho apenas para ver uma banda que nem sabe que eu existo? Por que as pessoas gritam, fazem cartazes, movem o mundo apenas para ter a oportunidade de ir a um show ou estar ao lado de seus idolos? Acho mesmo que as pessoas precisam de herois. Para mim, foram dois motivos principais: 1- The All American Rejects marcou uma fase muito importante e feliz da minha vida. 2 - Eu extendi o intercambio por causa desse show, entre outros motivos menores. Dormi quase a viagem inteira enmquanto pensava nos problemas que iria resolver. A primeira coisa que fiz quando cheguei em Whistler foi comprar meu ticket de volta. Tive que pedir informacao no tourist center - yeees, dad, you always say that I'm a little bit complicated, mas eu desenrolei hein! - e achei logo o lugar do show e a parada de onibus. Felizmente era tudo perto. Comprei meu ticket e fui ao Whistler Plaza. Perguntaram se eu tinha ticket, eu disse "no", entao em mandaram para a standby line, a fila das pessoas que nao tinham ingressos e estavam esperando para ver se iriam poder entrar. Porque como o show era de graca e restrito para os moradores de Whistler, se sobrasse espaco eles iriam deixar as pessoas na standby entrarem. Durante a minha espera na fila, eu perguntei a um pessoal que horas ia ser o show  e o engracado era que ninguem estava ligando para a banda, apenas queriam ver a entrega de medalhas. Alguns disseram "I didn't even know that The All American Rejects would play here". E eles acharam engracado eu ser do Brasil e ligar tanto para a banda. Um deles me perguntou quais eram as musicas da banda, fora Dirty Little Secret - acho que ele estava me testando - e eu respondi na hora ~Move along is the most famous, but my favorite is Too Far Gone." Uma mulher apareceu vendendo dois ingressos, cada um por 50. Eu disse que queria apenas um, e ela disse que vendia apenas os dois juntos. E vejam bem que, ASSIM QUE ela saiu, o staff apareceu dizendo que todos na standby iam poder entrar. Ou seja, FOR FREE. Ou seja, eu quase gastei 50 dolares a toa. Entrando no show, varias big screens e musica. E tambem aquelas bolas que eles jogam para a galera. Consegui ficar bem em frente ao palco, porque fui uma das primeiras a entrar - sorte minha ser tao pequena. A entrega de medalhas foi fantastica, as pessoas from Switzerland and Germany estavam euforias, bandeiras em todos os lados balancando com o vento frio de Whistler. Estava chovendo e eu com poucos casacos. Who cares? Entao o cara anunciou: THE ALL AMERICAN REJECTS, o palco virou, e o Tyson entrou cantando Move Along, uma das minhas favoritas. As senhoras que estavam na minha frente antes sairam, e eu fiquei mais perto ainda do magricela do Tyson. Ele interage bem com o publico e seria bonito se nao parecesse ter anorexia. E o acustico nao e ruim. E entao eu entendi, que eu deveria estar ali mesmo. Que tudo aquilo que eu vivi naquela epoca voltou com a forca de um furacao. E que pela primeira na vida eu me aventurei sozinha, sem depender de amigos, namorados, colegas, familia. Porque eu fui para Whistler sozinha. Meu objetivo de conseguir fazer algo por mim, para mim e comigo! Nao precisar tanto de pessoas ao redor. Apesar do local estar lotado.  E fiquei feliz comigo mesma. No final, eu estava enxarcada e nao conseguia mover os dedos, mas valeu a pena. Voltei para Vancouver as 9 da noite depois de comer uma pizza na Dominos. Peguei o skytrain  Desabei na cama. Postei no blog. E fechei os olhos.

yes, I got it
I thought
And so I slept

pena que eu estava sem a camera
mas o que fica na memoria, ninguem pode rasgar ou deletar
exceto pelo alzheimer,
e a amnesia

e anyway, posso pegar as fotos na internet
haha


http://www.youtube.com/watch?v=LLfQgIFjHuU

And even when your hope is gone


Move along, move along just to make it through

domingo, 14 de fevereiro de 2010

# EU FUI! EU FUI!

EU FUI PRO SHOW DO THE ALL AMERICAN REJECTS!!!

E DE GRAÇA

paguei pelo transporte é claro, porque afinal é em outra cidade (Whistler)
acabei de chegar
ainda eufórica
depois conto a história toda

fiquei BEM perto do palco
infelizmente não tire fotos, porque estava sem a câmera

nem acredito que vi o TYSON

MOVE ALONG
,MOVE ALONG

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

#30 Poor brazilian girl

I extented my interchange just to see one of my favorite bands, The All American Rejects, in Whistler, but now I`m without money and the transportation is too expensive. What can I do? I know that they will never play in Brazil. Probably. However, I just have 100 dollars until thuesday, when my father will deposit more money.

ARRRRRRRRRRRRRRRRRRR

WHY WHY WHY
Why Tyson, don`t you play in my country?????????????

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

#29 Saying goodbye

Não, não sou eu que estou me despedindo de Vancouver. Não dessa vez. Mas meus dois grandes amigos aqui já foram embora. Júlia e Thiago foram o mais perto que eu cheguei de melhores amigos. O Thiago é bem parecido com o Henrique no jeito e na forma como ele abraça as pessoas, e a Júlia, bem, ela é o tipo de pessoa que está com você em todos os momentos, nos bons e nos ruins. O Thiago e eu estávamos no mesmo andar, então viámos direto. Ele era realmente como um Henrique para mim. Amizade assim, verdadeira e instantânea. No penúltimo dia da Júlia aqui, nós fomos a um churrasco na casa de um brasileiro: amazing! carne de verdade. Nos despedimos da waterfront, sem aquela valsa da despedida, sem aquele ar solene e melancólico. Eu achei que fosse chorar ao dizer tchau para algum deles. Sábado, eu me atrasei e o Thiago, o Lucas e a Katherine não me esperaram. Então - abro um parênteses aqui para dizer, Uou eu sou uma excelente amiga - acordei 7 horas da manhã no Domingo para me despedir dele no aeroporto. Esperei 45 minutos pelo ônibus, depois seabus, finalmente skytrain, opa outro skaytrain muda na estação, e enfim areporto. De novo, eu esperava os violinos tristes ou alguma música estilo Radiohead. Nada. Alguma coisa disse em mim que aquela amizade seria algo para recordar, uma lembrança que nunca acaba, e que eu os veria de novo. Mas eu posso estar enganada. A Júlia mora no Rio, o Thiago em Floripa. O Vitor em Maringuá, o Lucas em Curitiba. E o Dustin... em Toronto a partir de Abril. Quando é que vamos ter a oportunidade de reunir todas essas pessoas de novo? Talvez nunca. E mesmo assim, foram 30 dias, um mês, sempre juntos, será que essas lembranças vão embora? Dizem que a memória é a única coisa que não pode ser roubada de você. Mas isso não é verdade, porque existe o Alzheimer. E é por isso, meus caros e queridos, que eu guardo tudo em caixas. Fitas, cartões, cartas de amigos, bilhetes de cinema... como se aquilo fosse meu tesouro particular. E nossa! Como existem coisas que valem mais do que dinheiro! E mesmo assim, nós nos gastamos todos os dias atrás de algumas moedas. E ignoramos o mais importante: as pessoas ao redor.

Por isso, gostaria de dizer que sinto falta do abraço dos meus pais, de brigar com meus irmãos, fofocar com as minhas amigas, do pessoal do meu semestre, das festas da unb, do abraço do Henrique, de sempre encontrar a Júlia e o Thiago no lounge, de ir para os bares com eles, isso sim não tem preço.
porque para todas as outras coisas existe Mastercard.
Mas eu não tenho cartão de crédito.


PS: Eu não reviso meus textos porque a escola me suga, perdoem meus erros gramaticais (meu pai fica sempre muito incomodado com eles)
PS2: Todo mundo diz que minha viagem parece muito mais legal pelo blog. Sinceramente fico muito lisonjeada, porque o que eu escrevo é só meu ponto vista, meu ângulo e talvez - hmm que brega - meus sentimentos. Fico feliz que minha mente pareça assim tão interessante. Para mim, Vancouver está sendo um mundo de descobertas.
PS3: Continuem comentando, afinal, é bom saber que alguém me escuta.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

#26, 27, 28 - Universal

Acho que incrível como duas pessoas conseguem se entender sem falar o mesmo idioma. Como os sentimentos não variam em espécie mesmo com a separação das fronteiras. Da forma que alguns gestos permanecem os mesmos em culturas completamente distintas. O mais importante de uma viagem como essa não é simplismente melhorar um idioma, mas a real life experience embutida nas horas longas de voos e estadia em um país essencialmente diferente. Por isso, a interação é tão importante. Descobrir que determinados fatos não são verdades, enxergar situaçãos por outros ângulos. Geralmente, as pessoas têm medo das outras, não se sabe o porquê. Em Brasília dificilmente alguém vai conversar com você no ônibus, mas quando se está em um país estrangeiro tem-se aquela ilusão de que se pode fazer tudo o que quiser. Ou quase tudo. Porque existem princípios, assim como Direitos Humanos universais e inalienáveis, que não podem ser abadonados. Todo dia quando eu acordo e pego o ônibus na bus station perto da minha casa, me deparo com as mesmas pessoas: duas brasileiras, um garoto com um cigarro, um árabe e mais umas pessoas que aparecem algumas vezes. As duas brasileiras ficam conversando entre sim em português, o garoto fumando e escutando música com o Ipod e o árabe geralmente ao lado dele (hostbrother). Sempre que eu sentava no ônibus, coincidentemente ficava na frente ou ao lado desse garoto. O engraçado é que ele sempre faz umas caras quando está escutando música. E eu sempre tive curiosidade de perguntar que tipo de música ele estava escutando. Até que um dia eu perguntei. Estávamos sentados no seabus lado a lado. Tirei meu caderno de anotações e escrevi "What are you listening?" e estendi para ele ver. O que eu esperava era que ele ignorasse, mas ele sorriu, tirou os fones e estendeu um para mim. A música era maluca, cheia de batidas e sons, um pouco eletrônica. Ele perguntou o que eu estava escutando. Estendi o fone: Linkin Park. Ele falou que escutava a alguns anos atrás. Ele é da Suíça, da parte germânica, como a maior parte dos suíssos aqui. - e aqui abro um parênteses para fazer uma retificação: os dois suíssos antipaticos de outrora na verdade eram suecos, os suíssos(as) são bem simpáticos e "conversaveis". E desde então nós vamos conversando até que nos separamos e eu sigo caminho para escola. Bom para treinar o inglês - outro parêntese aqui para dizer que não tenho nenhuma segunda intenção. No mesmo dia em que eu conversei pela primeira vez com o Daryl (e eu acho que é assim que se escreve, e ele ainda acha meu nome engraçado), estava voltando a noite no seabus, quando entrei em uma conversa entre uma senhora e senhor sobre música. Ele carregaca dois violinos, um gande e um menorzinho. Ambos eram canadenses. E a senhora tinha exatamente as mesmas opiniões que eu tenho sobre Arte! O que ela mais gosta na Arte é exatamente esse sentimento universal que nos atinge quando escutamos uma música ou vemos uma obra. E isso me lembrou o principal motivo de querer ser diplomata (são vários): interligação entre as pessoas. Eu quero conhecer o máximo de pessoas possíveis, eu quero conseguir vencer suas defesas e fazer com que elas enxergem que amar o próximo não precisa ser tão complicado assim. Eu quero que elas possam ver, o que eu agora enxergo como pessoa, a importãncia de se conversar com um estranho e de olhar os fatos por outros ângulos. Porque o próximo não é o vizinho, mas o cara que senta ao seu lado no seabus ou até mesmo alguém que você nunca viu na vida. E eis o maior desafio da vida: como amar alguém que você não tem laços sanguíneos ou afinidades? Eu e o Daryl temos gostos completamente diferentes, mas eu gosto de conversar com ele. E essa é a chave de resoluções de problemas: respeito. Porque se os palestinos e israelitas se respeitassem e se enxergassem primeiramente como seres humanos do que interesses econômicos, essas diversas pessoas inocentes não teriam morrido. E a minha sina é essa busca pelo sentimento universal. Só quero fazer as pessoas se entenderem.

E veja bem que universal se escreve da mesma forma em inglês e em português.