Apenas uma garota perdida tentando encontrar seu lugar nesse planeta que se chama Terra mas que é tão coberto de gelo.

domingo, 14 de março de 2010

Things that I learned with my friends

_ "Diferent, not strange" (Dustin, Canadá) - Todo mundo tem um jeito de agir, e devemos respeitar esses diversos jeitos. O contexto em que o meu amigo canadense me disse isso foi sobre culturas. Quando se viaja, você entra em contato com pessoas de diferentes países e consequentemente, hábitos muito distintos dos seus. É muito difícil não fazer um julgamento de valor em um primeiro momento, mas deve-se ter em mente, que o que parece normal para você pode ser "estranho" para outros. Por isso, o "estranho" na verdade não existe, devemos respeitar as outras pessoas como elas são.

_ "Shit happens" (Dario, Suíça) - Coisas ruins acontecem. E aí nem sempre adianta gritar ou chorar ou o que for. Você tem que aceitar, sem descontar nos outros. É bem aquele ditado de "mudar o que não pode aceitar, e aceitar o que não pode mudar". E há toda uma discussão filosófica sobre limitações humanas, mas não vou aprofundar.

_ "Enjoy your life" (Camilo, Chile) - Ninguém curtia mais a vida do que esse "moleque" de 17 anos. Entrava em tudo, bebia demais... mas em uma coisa ele tinha razão: a vida é curta e devemos aproveitar (de pref. sem fazer coisas ilícitas, por favor)

_ "The important is the heart" (Ozkan, Turquia)  - Foi em uma conversa sobre religião, e esse assunto é complicado o suficiente. Tanta guerra que usa a religião como pretexto, quando o cerne dos principais monoteísmos está no Amor ao próximo. E aqui eu concordo com o Oskan, não importa se você é judeu, cristão ou mulçumano, o que interessa de verdade é a bondade que está na sua alma.

E é claro que aprendi mais uma série de coisas com outras pessoas, principalmente meus amigos brasileiros. Acho que de cada um que eu conheci, carreguei um pouquinho comigo. Saudades imensas de Vancouver.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

### Go, Canada, Go!

Quando eu escolhi Vancouver – na verdade meus pais escolheram – não fazia idéia de que os jogos olímpicos de inverno estavam chegando. E quando descobri, através da internet, não sabia a proporção do evento. Só resolvi estender meu intercâmbio ao ver que The All American Rejects iria estar presente, mas essa história vocês já conhecem. Entretanto, eu mudei nessas últimas semanas. O Winter Olympics Games é um evento enorme, com uma série de atividades e jogos e o espírito que invade nossas mentes e corações não tem descrição. É claro que duas moedas tem dois lados, o dinheiro que se gasta em um evento dessa proporção é enorme e na maioria das vezes poderia ter sido usado para melhorar os setores que são teoricamente deveres do Estado, como saúde, educação e o maior problema de Vancouver: falta de moradia (homeless). É verdade que a economia ganha com o aumento do turismo, mas são apenas alguns setores, enquanto outros ficam subjulgados. Antes de os jogos começarem, eu enchia o pulmão para discurssar sobre a falta de responsabilidade social do governo canadense – embora se saiba que a assistênia social do Canadá é imcomparavelmente melhor que a do Brasil –, e até mesmo do brasileiro, sempre enfatizando os aspectos negativos da Copa. Todavia, sempre é muito mais fácil falar. No momento em que a tocha passou, flamejando em frente ás cabeças e câmeras de diversas pessoas numa rua West Pender lotada, minha mente esvaziou-se completamente de argumentos socio-políticos. Isso porque, o espírito olimpíco nos invadiu como um vento gélido porém confortável de inverno como quem anuncia neve, que é sinônimo de não ter aula. A cidade logo se encheu de europeus e canadenses de outros lugares como Montreal, Quebec e a minha odiada Toronto. Não se via mais tantos asiáticos como outroras, e por todo lugar disparava-se um flash, ou ouvia-se um grito de comemoração. Big Screens nas ruas mais agitadas e um festival de cores na Robson Square. Tirolesa de graça. Bandas tocando suas músicas por todo lugar. Music everywhere. Art everywhere. Bandeiras do Canadá espalhadas nas janelas, nas portas, nos muros. Nos letreiros dos ônibus: “Go, Canada, Go”. A cidade parecia em festa. E realmente era uma grande celebração. Estava eu andando pela Granville com meus amigos brasileiros – Granville Street é minha rua favorita em todo o mundo, não só porque contém as melhores boates e os bares mais famosos, mas também porque fica inluminada e lotada a noite inteira – quando vimos um grupo de pessoas gritando e balançando as bandeiras. O Canadá ganhara a primeira medalha de ouro e as ruas estavam em completa euforia. Nos juntamos, cantamos até uma parte do Hino, a única parte que sabemos: “O Canada”. De repente, alguém perguntou “Where are you from?” Respondemos juntos: “Brasil”. E então todos começaram a gritar juntos: “BRASIL, BRASIL”, e um português falou no auto-falante os nomes de alguns jogadores da seleção brasileira. Todos amam o Brasil, e odeiam os países árabes e os EUA, claro. Inclusive nesse dia, sempre que passava um estaduniense, alguém gritava “USucks”, e todos acompanhavam. Normalmente, eu acharia uma falta de respeito, mas nesse caso eles merecem. Não existem pessoas – e é claro que eu estou generalizando – mais rudes e antipáticas que os estadunienses. Desde que eles chegaram em Vancouver, mostraram sinais de completo desrespeito, principalmente quando ganhavam alguma medalha – e foram muitas. Nessa hora, todas as nacionalidades se juntavam em uma mistura de desprezo pelos Estados Unidos da América. Indianos, coreanos, brasileiros, todos em volta da bandeira com a Maple Leaf, gritando pelo Canadá. E foi isso que o Canadá representou para mim, embora a realidade em algumas cidades sejam bem diferentes, Vancouver mostrou que a diversidade pode existir sem o preconceito – embora todos sejam preconceituosos sobre os EUA (risos). Naquela hora, olhando a bandeira do Canadá sendo levantada e balançada e mais de cinquenta pessoas ao redor gritando juntas, diversas nacionalidades unidas, estendendo um único hino, eu me rendi ao Canadá. Nos dias seguintes, levava minha bandeira pendurada. E não, nunca esqueci que eu sou brasileira, mas como nós não temos time de Hockey, eu torci pelo Canadá. O pub estava lotado e interessante notar que nós brasileiros gritávamos mais do que os canadenseses. Let’s go Canada, let’s Go! – palmas. Isso porque Vancouver representara uma vida para nós. Longe de casa, e tão perto do lar simultaneamente. Depois da vitória apertada contra a Suíça – e devo abrir um parentêse para dizer que as pessoas mais legais, educadas, abertas que conheci aqui eram da Switzerland, inclusive meu querido amigo Dario, que eu conheci no ônibus – fomos para a Granville Street. Fomos cantando músicas brasileiras horríveis, já que ninguém ia entender mesmo. E os meninos ensinaram as canadenses a falarem “foda-se Canadá”, fazendo com que elas pensassem que estavam dizendo “Go Canada” em português. Muitos perguntavam se as assinaturas na minha bandeira era de um time de Hockey. “No,” eu dizia “so much important... my friends from school”. Teve até um canadense que quis assinar, ele colocou o número do celular dele, um coração e um nome: Cody. Eu ri. E assim se passaram os últimos dias, andando pela Granville, making friends, gritando, torcendo, carregando a bandeira. Ao parar o ônibus, o motorista estava dando os avisos, quando disse “and...” pausa “go canada!!!”. As pessoas foram ao delírio. E eu me despedi de Vancouver como quem diz adeus ao melhor amigo. A maioria das pessoas pode dizer que eu tenho uma visão apenas parcial sobre tudo e isso é verdade. Minhas duas homestays eram excelentes, fiz muitos amigos e passei afinal apenas 6 semanas. Não tive problemas sérios de saúde, não precisei buscar moradia, em outras palavras não fui uma real “moradora” – há quem diga que tudo para turista é ok. – então não posso defender a cidade com argumentos baseados em evidencias sérias. Não passei fome, nem muito frio, nem precisei pedir dinheiro na rua – algumas coisas que certas pessoas precisam fazer todos os dias. Mas de uma pequena coisa eu tenho certeza: tudo depende de como você vê as coisas. Tem gente que pode estar na cidade mais maravilhosa do mundo e vai achar horrível do mesmo jeito. Meus amigos do Sul só reclamavam. Sinceramente, não acredito que alguma cidade no Brasil possa ser melhor que Vancouver em termos de organização e sistema público de transporte, e olhe que Brasília é uma cópia mal feita – mas eu amo Brasília mesmo assim. Minha visão pode ser parcial, mas ela é tudo o que eu tenho. E é a única coisa que não podem tirar de mim, nem mesmo a Alfândega. Eu sei muito bem o que eu vivi, e espero não ter que receber julgamentos. Vancouver foi muito mais que um lugar, foi um lar, a recepção foi incrível, e o Canadá se tornou uma segunda casa. Ainda gosto mais do Brasil, principalmente em termos de comida e pessoas, e dificilmente foi gostar de outro país mais que o meu, mas vou guardar com carinho todas as lembranças dessas férias de verão que eu passei no inverno.

As flores estavam aparecendo quando eu deixei Vancouver. Aqui em Toronto, a neve continua descendo em tempestades, e no Brasil deve estar fazendo um sol daqueles. Sinto falta de quando todo dia o Dario dizia “Hey Nay”, e eu tinha que virar para escutar ele falar “Have a nice day”, no cruzamento da esquina. Sinto falta de ouvir as aventuras do Camilo, que apesar de ter apenas 17 anos entrava em todas as festas e bebia muito mais que eu. Sinto falta de ver o Dustin usar o GPS e mesmo assim não saber onde está. E dos desenhos dele. Sinto falta de andar com o Thiago e a Júlia por todos os lugares, do jeito que ele era protetor e da forma que ela era a pessoa mais animada que eu conheci, uma amiga para todas as horas. Sinto falta dos teenagers, sempre gritando pelas esquinas da Granville, procurando o que fazer, porque não se entra em lugar nenhum com menos de 19 anos. Da fake ID horrorosa da Bárbara que era maior que um IPOD. Da melhor professora de inglês do mundo. Do japonês que não gostava de abraços. Da inteligência do Emil. Da animação da Camila e dos atrasos do Nilton. Das brincadeiras do Oskan. De aprender a falar turco com o Alper. Do Neo, que na verdade se chama Song Tai Huang. Da doçura da Pryia e até mesmo do chorão do Kyle. Do meu novo hostbrother brasileiro e do Jackie chan. Do transporte público. Das festas de todas as Sextas. Da risada do Victor. De andar de mãos dadas com o Anthonie, apesar de ele segurar minha mão de um jeito muito estranho – a little bit cold. Do sotaque neozelandês dele, que eu não entendia quase nada e tinha vergonha de dizer. De Whistler e suas casinhas que parecem de boneca. De subir as escadas da escola e chegar cedo para ler meu jornal. Da cathedral. De gritar Go Canada na rua e ser correspondida por vários grupos de pessoas. De conversar no bus, seabus, skytrain. Do Metrotown. De comer sushi. Do pessoal da escola (dmitri, katherine, camila...). Dos bares. Daz luzes da Granville. De entrar no facebook escondido na future shop. De vencer o Dustin e o Thiago na sinuca e ainda ganhar drinks de graça. Do Malones e do Cambie. Do Aubar, em que sempre tocavam as mesmas músicas – pelo menos era funk. De encontrar as pessoas coincidentemente, principalmente o Breno. Das músicas da rádio e dos seriados da TV.

Das árvores, dos corvos, dos esquilos, de tudo.
I miss you, Vancouver. I hope to go back one day, maybe in the summer. I loved all the friends that I had and everything that I did. I don’t have any regret. Once time when we were walking together, Anthonie asked me what was the most excited thing that I’d done in my life. I said him that it was maybe going to Canada, in my own words. Now, I know that it’s not “maybe”. I’m sure that coming here alone was the most excited thing that I’ve done, more than everything. If I could choose, I would go to Vancouver again. Everything was like a movie or a beautiful picture and I’ll always remember. Especially the friends that I've made. If anybody wants to visit me in Brazil, they will be very welcome in my house. All of you has a little part of my heart. Thanks, everybody.


And...

GO CANADA GO!!!
PS: Sinto falta do Brasil, é claro. Família, amigos, Brasília, UnB. Agora sou monitora e coordenadora, fora os 24 créditos que pretendo pegar e mais o curso de Inglês e Francês. E a academia. É, it’s time to work hard.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

## Move along

Sabe aquele dia que tudo pode dar errado, mas acaba sendo quase perfeito? Quando você perde as esperanças e de repente a luz no fim do túnel aparece e resolve todos os seus problemas como em um passe de mágica? Quando tudo parece perdido, mas então a engrenagem do relógio da vida volya a funcionar e os obstáculos são quebrados um por um. Esse foi o dia 13/02, quando eu parti em minha jornada a Whistler com pouco dinheiro, sem amigos e com uma mochila nas costas. Apesar de todos os avisos dos meus pais alertando-me para não sair de casa e de ter dormido pouco na noite anterior, eu abri os olhos e falei para mim mesma "eu tenho que ao menos tentar ir ao show do The All American Rejects". Eu aceitaria se eu tivesse feito de tudo para ir, mas a verdade foi que eu negligenciei o amor que tenho pela banda. O show fazia parte da cerimônia de entrega de medalhas do segundo dia dos jogos olimpícos de inverno e era de graça apenas - e restrito - para os moradores de Whistler, uma pequena cidade (vila) coberta de neve e localizada a cerca de duas horas de Vancouver. A única forma de conseguir um ticket era comprando na internet na faixa dos 80 a 100 dólares (através da craiglist, uma espécie de classificados). Eu tinha conseguido um por 90, mas o homem que ia vender acabou fechando com outra pessoa sem me avisar. Desesperadamente tentei com uma mulher, com a qual me correspondi na internet. Só faltava resolver o problema do transporte. No final da semana eu tinha praticamente desistido de ir por causa do dinheiro, mas Sábado eu acordei resolvida a tentar. Peguei minha mochila, sem celular ou netbook, e fui para Downtown. Chegando lá, procurei e achei a central do snowbus e comprei meu ticket de ida. A mulher disse que a volta estava cheia, perguntei quais eram as opções, ela disse que eu poderia tentar comprar um ticket na Greyhound Line quando chegasse em Whistler. Correria eu o risco de não voltar? Sim, eu corri. Durante o trajeto no ônibus, fiquei pensando em todos os riscos que eu estava seguindo: sozinha, em outra cidade, sem celular, sem muito dinheiro, e principalmente: sem passagem de voltar ... por que as pessoas fazem tanto só para ver uma banda? Ou um ídolo? Nessa hora, eu me achei uma idiota. Tanto trabalho apenas para ver uma banda que nem sabe que eu existo? Por que as pessoas gritam, fazem cartazes, movem o mundo apenas para ter a oportunidade de ir a um show ou estar ao lado de seus idolos? Acho mesmo que as pessoas precisam de herois. Para mim, foram dois motivos principais: 1- The All American Rejects marcou uma fase muito importante e feliz da minha vida. 2 - Eu extendi o intercambio por causa desse show, entre outros motivos menores. Dormi quase a viagem inteira enmquanto pensava nos problemas que iria resolver. A primeira coisa que fiz quando cheguei em Whistler foi comprar meu ticket de volta. Tive que pedir informacao no tourist center - yeees, dad, you always say that I'm a little bit complicated, mas eu desenrolei hein! - e achei logo o lugar do show e a parada de onibus. Felizmente era tudo perto. Comprei meu ticket e fui ao Whistler Plaza. Perguntaram se eu tinha ticket, eu disse "no", entao em mandaram para a standby line, a fila das pessoas que nao tinham ingressos e estavam esperando para ver se iriam poder entrar. Porque como o show era de graca e restrito para os moradores de Whistler, se sobrasse espaco eles iriam deixar as pessoas na standby entrarem. Durante a minha espera na fila, eu perguntei a um pessoal que horas ia ser o show  e o engracado era que ninguem estava ligando para a banda, apenas queriam ver a entrega de medalhas. Alguns disseram "I didn't even know that The All American Rejects would play here". E eles acharam engracado eu ser do Brasil e ligar tanto para a banda. Um deles me perguntou quais eram as musicas da banda, fora Dirty Little Secret - acho que ele estava me testando - e eu respondi na hora ~Move along is the most famous, but my favorite is Too Far Gone." Uma mulher apareceu vendendo dois ingressos, cada um por 50. Eu disse que queria apenas um, e ela disse que vendia apenas os dois juntos. E vejam bem que, ASSIM QUE ela saiu, o staff apareceu dizendo que todos na standby iam poder entrar. Ou seja, FOR FREE. Ou seja, eu quase gastei 50 dolares a toa. Entrando no show, varias big screens e musica. E tambem aquelas bolas que eles jogam para a galera. Consegui ficar bem em frente ao palco, porque fui uma das primeiras a entrar - sorte minha ser tao pequena. A entrega de medalhas foi fantastica, as pessoas from Switzerland and Germany estavam euforias, bandeiras em todos os lados balancando com o vento frio de Whistler. Estava chovendo e eu com poucos casacos. Who cares? Entao o cara anunciou: THE ALL AMERICAN REJECTS, o palco virou, e o Tyson entrou cantando Move Along, uma das minhas favoritas. As senhoras que estavam na minha frente antes sairam, e eu fiquei mais perto ainda do magricela do Tyson. Ele interage bem com o publico e seria bonito se nao parecesse ter anorexia. E o acustico nao e ruim. E entao eu entendi, que eu deveria estar ali mesmo. Que tudo aquilo que eu vivi naquela epoca voltou com a forca de um furacao. E que pela primeira na vida eu me aventurei sozinha, sem depender de amigos, namorados, colegas, familia. Porque eu fui para Whistler sozinha. Meu objetivo de conseguir fazer algo por mim, para mim e comigo! Nao precisar tanto de pessoas ao redor. Apesar do local estar lotado.  E fiquei feliz comigo mesma. No final, eu estava enxarcada e nao conseguia mover os dedos, mas valeu a pena. Voltei para Vancouver as 9 da noite depois de comer uma pizza na Dominos. Peguei o skytrain  Desabei na cama. Postei no blog. E fechei os olhos.

yes, I got it
I thought
And so I slept

pena que eu estava sem a camera
mas o que fica na memoria, ninguem pode rasgar ou deletar
exceto pelo alzheimer,
e a amnesia

e anyway, posso pegar as fotos na internet
haha


http://www.youtube.com/watch?v=LLfQgIFjHuU

And even when your hope is gone


Move along, move along just to make it through

domingo, 14 de fevereiro de 2010

# EU FUI! EU FUI!

EU FUI PRO SHOW DO THE ALL AMERICAN REJECTS!!!

E DE GRAÇA

paguei pelo transporte é claro, porque afinal é em outra cidade (Whistler)
acabei de chegar
ainda eufórica
depois conto a história toda

fiquei BEM perto do palco
infelizmente não tire fotos, porque estava sem a câmera

nem acredito que vi o TYSON

MOVE ALONG
,MOVE ALONG

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

#30 Poor brazilian girl

I extented my interchange just to see one of my favorite bands, The All American Rejects, in Whistler, but now I`m without money and the transportation is too expensive. What can I do? I know that they will never play in Brazil. Probably. However, I just have 100 dollars until thuesday, when my father will deposit more money.

ARRRRRRRRRRRRRRRRRRR

WHY WHY WHY
Why Tyson, don`t you play in my country?????????????

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

#29 Saying goodbye

Não, não sou eu que estou me despedindo de Vancouver. Não dessa vez. Mas meus dois grandes amigos aqui já foram embora. Júlia e Thiago foram o mais perto que eu cheguei de melhores amigos. O Thiago é bem parecido com o Henrique no jeito e na forma como ele abraça as pessoas, e a Júlia, bem, ela é o tipo de pessoa que está com você em todos os momentos, nos bons e nos ruins. O Thiago e eu estávamos no mesmo andar, então viámos direto. Ele era realmente como um Henrique para mim. Amizade assim, verdadeira e instantânea. No penúltimo dia da Júlia aqui, nós fomos a um churrasco na casa de um brasileiro: amazing! carne de verdade. Nos despedimos da waterfront, sem aquela valsa da despedida, sem aquele ar solene e melancólico. Eu achei que fosse chorar ao dizer tchau para algum deles. Sábado, eu me atrasei e o Thiago, o Lucas e a Katherine não me esperaram. Então - abro um parênteses aqui para dizer, Uou eu sou uma excelente amiga - acordei 7 horas da manhã no Domingo para me despedir dele no aeroporto. Esperei 45 minutos pelo ônibus, depois seabus, finalmente skytrain, opa outro skaytrain muda na estação, e enfim areporto. De novo, eu esperava os violinos tristes ou alguma música estilo Radiohead. Nada. Alguma coisa disse em mim que aquela amizade seria algo para recordar, uma lembrança que nunca acaba, e que eu os veria de novo. Mas eu posso estar enganada. A Júlia mora no Rio, o Thiago em Floripa. O Vitor em Maringuá, o Lucas em Curitiba. E o Dustin... em Toronto a partir de Abril. Quando é que vamos ter a oportunidade de reunir todas essas pessoas de novo? Talvez nunca. E mesmo assim, foram 30 dias, um mês, sempre juntos, será que essas lembranças vão embora? Dizem que a memória é a única coisa que não pode ser roubada de você. Mas isso não é verdade, porque existe o Alzheimer. E é por isso, meus caros e queridos, que eu guardo tudo em caixas. Fitas, cartões, cartas de amigos, bilhetes de cinema... como se aquilo fosse meu tesouro particular. E nossa! Como existem coisas que valem mais do que dinheiro! E mesmo assim, nós nos gastamos todos os dias atrás de algumas moedas. E ignoramos o mais importante: as pessoas ao redor.

Por isso, gostaria de dizer que sinto falta do abraço dos meus pais, de brigar com meus irmãos, fofocar com as minhas amigas, do pessoal do meu semestre, das festas da unb, do abraço do Henrique, de sempre encontrar a Júlia e o Thiago no lounge, de ir para os bares com eles, isso sim não tem preço.
porque para todas as outras coisas existe Mastercard.
Mas eu não tenho cartão de crédito.


PS: Eu não reviso meus textos porque a escola me suga, perdoem meus erros gramaticais (meu pai fica sempre muito incomodado com eles)
PS2: Todo mundo diz que minha viagem parece muito mais legal pelo blog. Sinceramente fico muito lisonjeada, porque o que eu escrevo é só meu ponto vista, meu ângulo e talvez - hmm que brega - meus sentimentos. Fico feliz que minha mente pareça assim tão interessante. Para mim, Vancouver está sendo um mundo de descobertas.
PS3: Continuem comentando, afinal, é bom saber que alguém me escuta.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

#26, 27, 28 - Universal

Acho que incrível como duas pessoas conseguem se entender sem falar o mesmo idioma. Como os sentimentos não variam em espécie mesmo com a separação das fronteiras. Da forma que alguns gestos permanecem os mesmos em culturas completamente distintas. O mais importante de uma viagem como essa não é simplismente melhorar um idioma, mas a real life experience embutida nas horas longas de voos e estadia em um país essencialmente diferente. Por isso, a interação é tão importante. Descobrir que determinados fatos não são verdades, enxergar situaçãos por outros ângulos. Geralmente, as pessoas têm medo das outras, não se sabe o porquê. Em Brasília dificilmente alguém vai conversar com você no ônibus, mas quando se está em um país estrangeiro tem-se aquela ilusão de que se pode fazer tudo o que quiser. Ou quase tudo. Porque existem princípios, assim como Direitos Humanos universais e inalienáveis, que não podem ser abadonados. Todo dia quando eu acordo e pego o ônibus na bus station perto da minha casa, me deparo com as mesmas pessoas: duas brasileiras, um garoto com um cigarro, um árabe e mais umas pessoas que aparecem algumas vezes. As duas brasileiras ficam conversando entre sim em português, o garoto fumando e escutando música com o Ipod e o árabe geralmente ao lado dele (hostbrother). Sempre que eu sentava no ônibus, coincidentemente ficava na frente ou ao lado desse garoto. O engraçado é que ele sempre faz umas caras quando está escutando música. E eu sempre tive curiosidade de perguntar que tipo de música ele estava escutando. Até que um dia eu perguntei. Estávamos sentados no seabus lado a lado. Tirei meu caderno de anotações e escrevi "What are you listening?" e estendi para ele ver. O que eu esperava era que ele ignorasse, mas ele sorriu, tirou os fones e estendeu um para mim. A música era maluca, cheia de batidas e sons, um pouco eletrônica. Ele perguntou o que eu estava escutando. Estendi o fone: Linkin Park. Ele falou que escutava a alguns anos atrás. Ele é da Suíça, da parte germânica, como a maior parte dos suíssos aqui. - e aqui abro um parênteses para fazer uma retificação: os dois suíssos antipaticos de outrora na verdade eram suecos, os suíssos(as) são bem simpáticos e "conversaveis". E desde então nós vamos conversando até que nos separamos e eu sigo caminho para escola. Bom para treinar o inglês - outro parêntese aqui para dizer que não tenho nenhuma segunda intenção. No mesmo dia em que eu conversei pela primeira vez com o Daryl (e eu acho que é assim que se escreve, e ele ainda acha meu nome engraçado), estava voltando a noite no seabus, quando entrei em uma conversa entre uma senhora e senhor sobre música. Ele carregaca dois violinos, um gande e um menorzinho. Ambos eram canadenses. E a senhora tinha exatamente as mesmas opiniões que eu tenho sobre Arte! O que ela mais gosta na Arte é exatamente esse sentimento universal que nos atinge quando escutamos uma música ou vemos uma obra. E isso me lembrou o principal motivo de querer ser diplomata (são vários): interligação entre as pessoas. Eu quero conhecer o máximo de pessoas possíveis, eu quero conseguir vencer suas defesas e fazer com que elas enxergem que amar o próximo não precisa ser tão complicado assim. Eu quero que elas possam ver, o que eu agora enxergo como pessoa, a importãncia de se conversar com um estranho e de olhar os fatos por outros ângulos. Porque o próximo não é o vizinho, mas o cara que senta ao seu lado no seabus ou até mesmo alguém que você nunca viu na vida. E eis o maior desafio da vida: como amar alguém que você não tem laços sanguíneos ou afinidades? Eu e o Daryl temos gostos completamente diferentes, mas eu gosto de conversar com ele. E essa é a chave de resoluções de problemas: respeito. Porque se os palestinos e israelitas se respeitassem e se enxergassem primeiramente como seres humanos do que interesses econômicos, essas diversas pessoas inocentes não teriam morrido. E a minha sina é essa busca pelo sentimento universal. Só quero fazer as pessoas se entenderem.

E veja bem que universal se escreve da mesma forma em inglês e em português.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

#25 Congratulations

http://www.youtube.com/watch?v=C2dq-muqHqg

Carol - medicina unb
Henrique - comunicação social unb

dois dos meus melhores amigos =D
e eu vi o resultado aqui no Canadá com seis horas de atraso


fiquei tão feliz que estou sem palavras.

domingo, 31 de janeiro de 2010

#24 Victoria

Victoria is a small city, localized in British Columbia, near Vancouver. You can go by ferry.

A tradução literal de ferry é balsa, mas parece mais um transatlântico de luxo. São 6 andares no totalcom Wi-Fi, jogos e restaurante. 25 dolares para ir, 25 dolares para voltar. Na ida, comi uma cheesecake maravilhosa. Victoria em si não tem muita coisa para fazer, mas para ver. Extremamente bonita a cidade e muito romantica. Demos uma boa caminhada para conhecer a cidade. Parece uma maquete de casas de bonecas.

#23 "kiss party"

Estava conversando com um pessoal do Cazaquistão, quando eles vieram me perguntar sobre a KISS PARTY do Brasil. A principio eu não entendi, mas depois eles traduziram: MICARETA. É inacreditável como a fama do Brasil se resume ao Carnaval - que na minha opinião perdeu seu significado há muito. E acho que nós, brasileiros, contribuimos um pouco para isso. O Brasil não se resume só a uma festa, mas há tanta - mas tanta - cultura, música e Arte que é meio decepcionante perceber que as pessoas lembram apenas do carnaval. Quer dizer, com tanta música boa, comida excelente, artistas ótimos, todos insistem em lembrar apenas as praias e o calor. Quando na verdade, o melhor calor brasileiro é o humano. Um menino me perguntou hoje se era verdade que as mulheres brasileiras são as "hostest". E eu respondi com outra pergunta: "I don't know, what do you think about?"

sábado, 30 de janeiro de 2010

#22 Party everyday

A vida noturna em Vancouver é bem estranha: começa às 4 da tarde e termina meia noite para quem não tem carro. Porque os ônibus e meios de transporte públicos em geral acabam de funcionar uma hora da manhã. As baladas começam na Quarta e vão até o Domingo. Existem lugares bons, mas você tem que saber para onde ir. Muita gente falou mal do Aubar, mas eu gostei, deu até para dançar um funkzinho. Pena que os estrangeiros não sabem dançar direito. Eles não conseguem rebolar e ficam mexendo os braços. É engraçado. E esquisito. Há uma rua aqui que fica acessa quase a noite inteira e lotada de gente. É inacreditável como tem pessoa caminhando até tarde da noite e você só vê os letreiros das melhores nightclubs e bares. Toda Sexta tem festa de algum brasileiro. Ontem foi em uma república. Lotada, muita bebida e música. Dessa vez, eu não bebi, lógico. Depois nós fomos andar de limousine. Se conseguir 12 pessoas sai mais ou menos 12 dólares por pessoa para rodar por 1 hora. Infelizmente não conseguimos as 12 e ainda não andamos 1 hora completa, porque demoramos a descer da festa e recolher as pessoas que queriam. Mas foi muito legal, na minha opinião. Como já disseram antes, parece que a festa está dentro do carro. Então seguimos para Roxy. Um lugar que lembra um pouco o Sevens em Natal. Porque tem apresentação de bandas  - a Júlia ia ter gostado - e dj nos intervalos com o nosso house de sempre. Aliás tocou Sexy bicth, uma música que sempre me faz lembrar da Hype em Brasília. O Lucas prefere as baladas de Curitiba, mas eu gostei da Roxy. E ra um lugar que estava na minha lista de places to visit. Como sempre, muito brasileiro na fila. Aqui tem brasileiro em todo lugar. Mas eu não acho ruim. Estão todos na contagem regressiva para os jogos de inverno. E eu tentando árduamente um ingresso para o show do The All American Rejects.

#21 So many sides

eu tenho vários ângulos
ás vezes eles brigam
eu me aborreço
e acabo descontando nas outras pessoas
tenho que aprender a lidar com isso


saudades do Brasil
até comi pão de queijo com guaraná
e vocês sabem que eu não sou fan de pão de queijo e prefiro coca!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

#20 The life is magical

Hoje foi um dia bem pacato. Fui à escola, fiz minhas lições, fiquei esperando um pouco no lounge e depois fui até o Ceilis, um bar em que toda quarta feira vende cerveja por um dólar. Iamos caminhando na rua quando nos deparamos com um show de mágica. Muito divertido. O mágico era engraçado e fazia piadinhas bem no estilo canadense, entretanto, ele era de Londres. Depois fomos para a fila, ah, a tradicional fila quilométrica do Ceilis. Consegui furar porque encontrei os franceses que eu havia conhecido na quarta passada. Infelizmente eles falavam francês tão rápido que nas conversas particulares dos dois, só entendi uma ou duas frases. Na verdade, um era francê e o outro era belga - inclusive o belga era extremamente engraçado, ele cismou que sabia falar espanhol, quando só sabia duas palavras. E tinha as coreanas que disseram que o Kaká is the best soccer player. Vocês sabe porque, né. O francês me ofereceu um cigarro e perguntou se eu fumava, eu disse que não, ele falou que eu não poderia casar com ele se eu não tivesse o hábito de fumar - acho que posso viver sem isso né? - depois ele disse "I'm kidding", é claro. Após esperar quase 2 horas na fila e  quando estava prestes a entrar no bar porém, o segurança disse '10 dolars' e noventa por cento da fila foi embora, inclusive eu. Por que eu iria pagar para ficar quinze minutos em um bar? - tinha que voltar cedo para jantar em casa. Então voltei para casa. Moral da história: só vá ao ceilis se conseguir chegar duas ou três da tarde. Sério o lugar nem é isso tudo, só lota porque é barato e eles te seguram na fila porque a partir de tal hora paga-se um "cover". Apesar de tudo, valeu a pena pelo showzinho de mágica do caminho. Não o show em si, mas o bom humor do mágico me fez lembrar onde está a verdadeira mágica da vida: nas pequenas coisas. Tudo depende do modo como se lida com as coisas. Muita gente reclamou de esperar na fila, mas eu conheci muitas pessoas por causa dessa espera. Afinal, ninguém precisa de varinha codão para fazer as coisas acontecerem, basta acreditar que existe um pouquinho que seja de magia em cada um de nós.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

#19 Home in the bottle


Ontem sonhei com as minhas amigas. Talvez porque eu havia comido na Pizza Hut e nós sempre fazemos isso no Brasil. Faz um pouco mais de duas semanas que eu estou aqui e já sinto falta de tudo. Dos meus pais, de chatear meus irmãos, das conversas bobas no MSN, de almoçar com as meninas, de falar no telefone com elas. De borda de catupiry, do funk, das festas da unb, da unb em geral, das pessoas da unb em geral. De andar por Brasília. De fazer brigadeiro. Várias coisas. Em comensação, ainda tem muito o que quero ver e fazer em Vancouver e apenas 1 mês seria muito corrido. Hoje fui no Museum of Antrhopology of University of British Columbia. Really Amazing. A parte que eu mais gostei era uma espécie de sala que continha umas estantes com garrafas. Dentro de cada uma das garrafas havia um objeto diverso. E então era assim: após a guerra civil no Sri Lanka, muitas pessoas migraram para o Canadá. Aquilo tudo fazia parte de um projeto em que cada uma dessas pessoas depositara um objeto na garrafa, um objeto que representava o sentido da palavra "lar" ("home"). Achei simplesmente fantástico. O que eu mais gosto na Arte é exatamente isso de poder sentir o que outras pessoas sentiram, mesmo as que viveram mil anos antes de mim. Nada de técnicas, traços, e todas essas coisas que se aprende em uma universidade de Design. Apenas Arte. Fiquei pensando uns bons minutos sobre o que eu colocaria na minha garrafa. Não faço a mínima idéia. Uma foto da família talvez. O sentido de lar é tão amplo que eu não sei se consigo achar apenas um simples objeto para representar, e mesmo assim pode-se expressar um sentimento tão grandioso com apenas uma imagem, um simples objeto, uma "coisa". Muito interessante. Se eu tivesse que representar Vancouver, sei que colocaria água porque aqui chove direto. Ou uma Maple Leaf, que foi o que a maioria das pessoas da exposição haviam posto em suas garrafas. Depois do museu, fomos a um pub que - acreditem e fiquem com inveja - é dentro da universidade e a cerveja é muito barata! Eu não bebi e voltei mais cedo para casa, porque moro muito longe. Mas o lugar era muito bacana - ah se o pds fosse assim, não é mesmo brasilienses? Enquanto estava sentada no skytrain, passou uma mulher dançando e falando no celular, que estava apenas tocando uma música. Acho que ela era totalmente maluca, ou drogada ou os dois, e todos no trem estavam com medo dela. Por que será que os seres humanos possuem tanto medo da loucura? Será que ela dói? Eu tenho medo e não sei explicar. Acho que é um reflexo do medo do desconhecido. Talvez.

Às vezes me sinto extremamente feliz aqui.
Ah se eu pudesse guardar essa felicidade em uma garrafinha...
Ou então, as pessoas que eu amo.
Isso sim seria útil.

I miss you.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

#18 Open your mind

Desde que cheguei aqui, eu tenho reclamado do quão pouco as pessoas sabem sobre o Brasil: como o fato de eles acharam que eu falo espanhol ou pensarem que a capital do país é o Rio de Janeiro. Mas só agora eu me dei conta de que eu também sei muito pouco sobre a minha cultura e a cultura dos outros. Quer dizer, eu não sabia direito onde ficava o Cazaquistão, onde um colega de classe mora. Fica perto da Rússia, aliás. E é bem diferente do que mostram em Borat, mas isso eu já sabia e sempre achei esse filme ridículo. Muitas pessoas valorizam mais a cultura do exterior, porém, o Brasil é tão rico. Todo país tem seus defeitos. As ruas de Vancouver são cheias de chiclete no chão e tem uns becos muitos feios. E é nesse a hora que entra o conceito de espelho parcial: nós devemos manter nossa nacionalidade sem impor muros imensos ás outras pessoas. Quer dizer, devemos nos enxergar no próximo sem perdemos nossa identidade, como quando nos olhamos em uma superfície parcialmente espelhada. Conversando com meu amigo Ozkar, consigo desbancar alguns antigos mitos sobre a Turquia: algumas mulheres usam véus se quiserem, e o homem só pode ter segunda esposa se a primeira autorizar. Muito diferente do que nós pensamos e afirmamos com toda a prepotência de quem acha que sabe demais. Em compensação, fui perguntar à uma menina de véu se ela gostava de usá-lo, e ela não soube me responder, como se ninguém na vida lhe tivesse perguntado a opinião. É claro que não pude deixar de perguntar ao Ozkar o que ele achava da entrada da Turquia na União Européia: ele é contra, porque acha que vai ser ruim para a economia, devido a experiência dos países do continente europeu que entraram recentemente. É tudo muito diferente nos vários lugares do mundo. Algumas diferenças são difíceis de respeitar, mas nós aprendemos com o passar dos dias e com uma pitada de tolerância. Acho que o maior problema do mundo é mesmo a falta de respeito. Ou talvez, seja a falta de Amor. Vocês já perceberam que tudo se resume ao amor? Se tu amas o próximo, não matas, não cobiças, não trais...

Abra sua mente para poder respeitar as diferenças.
E amar o próximo.
Mesmo que ele não esteja tão próximo assim.

ps: a pizza hut daqui é horrível, e eles não sabem o que é catupiry

domingo, 24 de janeiro de 2010

#17 Coincidence

Voltou a chover. Semana passada tinha sido tão bonita e ensolarada. Hoje fui ao Metrotown. Incrível como as lojas continuam em liquidação. O shopping virou tipo uma sede do nosso grupo, porque sempre acabamos indo para lá. Fui sozinha, mas encontrei coincidentemente Mayara, Nayara, Júlia e Breno. Depois fomos ao Red Robin, simplesmente fantástico. Refil de batata frita, acreditem. E o garçom falava português!
Cara, vocês não vão acreditar: acabei de me dar conta que peguei o sapato errado na festa que eu fui na Sexta - antes de entrar na casa todos precisam tirar os sapatos e deixar na porta, é comum aqui. Mas eu peguei o par errado, extremamente parecido com o meu - e ainda é o meu número! Vou ter que procurar o dono na escola, eu mereço mesmo.

Respondendo ao meu irmão: quem me contou que supernatural era gravado aqui foi uma menina em uma parada de ônibus. Preciso achar os sets urgente, porque a voz do Dean é muito sexy.
Descobri que tenho paixão por vozes.
E adoro o sotaque britânico.

sábado, 23 de janeiro de 2010

#16 Whistler

Olhando aquelas montanhas com neve no topo, eu só pensava em como eu queria que meus pais estivessem vendo aquilo. Parecia um quadro, uma miragem, um filme, uma capa de livro. Isso tudo me lembra um pouvo Everwood, aquele seriado que eu tanto gostava e que na verdade se passava no Colorado. Descobri, inclusive, que Supernatural é gravado aqui. Realmente um belo cenário.

Agora eu tenho um facebook =]
porque todo mundo aqui só usa facebook, nada de orkut.

#15 Just me

Algumas pessoas da minha sala já partiram de Vancouver. A professora chorou. Eu quase chorei também. Duas semanas parecem pouco, mas quando se convive muito com alguém, cria-se um elo indescritível. No momento da despedida, eu pensava em como seria quando tivesse que dizer goodbye para meus amigos brasileiros. Really sad. Conseguimos formar um grupo tão bacana, até mesmo unidos. Saimos quase todos os dias, nos vemos direto e existe aquela afinidade estranha, talvez por estarmos na mesma situação: sozinhos em um país estrangeiro sem nossas famílias. Sei que foi amizade à primeira vista, desde o primeiro dia na escola ou no aeroporto. E eu sei que eu vou sentir falta deles, mas esse foi um dos motivos de eu ter extendido meu intercâmbio. Porque na diplomacia vou ter que dizer adeus muitas vezes. E vou ter que aguentar. A noite, houve uma festa de despedida em uma homestay de um cara maluco. Nunca vi tanta gente junta em uma casa só, e a coitada da dona da casa era uma senhora de idade! Eu bebi e... vomitei! Muito. Meu primeiro PT em toda a minha vida. E eu juro que eu não bebi muito - just 4 bottles of Ice. E devo pedir desculpas aos meus pais, eu sei que eu os decepciono muito com esse tipo de atitude. Realmente foi muito infantil da minha parte e ainda desobedeci uma ordem expressa do meu pai - vocês já notaram que meu pai está sempre certo? todo conselho que ele dá funciona. Desculpa, pai e mãe, mas eu tenho que aprender com meus próprios erros. Nessas horas é que você vê o quanto você não sabe nada. Sócrates tinha razão. A ciência avança tanto e mesmo assim nós não sabemos nada. Eu nem sei porque eu bebo, nem sequer gosto de alcool. Sorte minha que um amigo cuidou de mim, e agora eu devo a vida a ele. Thank you very much, I'll never forget that. Pelo menos, cheguei em casa sóbria e não acordei as crianças. E eu prometo que jamais vou fazer isso novamento. Acho que às vezes eu sou simplesmente muito idiota. Faço umas coisas sem pensar. A verdade é que faço algumas coisas por pura convenção social. Crio personagens, invento ilusões, tento esconder a verdade de mim mesma. Mas ela sempre aparece e volta e reclama como consciência sem fim. Bom, acho que já estou pronta para esclarecer alguns fatos sobre a minha pessoa. Eis a verdade sobre mim: eu prefiro uma biblioteca do que um bar. Eu não gostava de tequila, apenas me acostumei com o gosto. Às vezes não agradeço ao motorista do ônibus por pura timidez. A maior parte finjo que sou extrovertida. Não gosto de ficar por ficar. Na verdade, eu odeio. Na verdade mesmo, eu tenho quase nojo. Por causa da timidez também. Mas eu faço isso. Alguém algum dia vai me entender? Gosto de todo tipo de Arte: literatura, fotografia, pintura, música e principalmente desenho. Não gostam que me vejam comendo, especialmente hamburguer. Não gostava que pegassem no meu cabelo, mas hoje não me importo. Meu abraço é meu frio. Amo meus pais, mas não demonstro muito porque isso me faz ignorar o fato de que eles nem sempre estarão ao meu lado - e esse fato dói muito. Não costumo chorar em filmes, e os filmes em que eu chorei foram os mais bobos: Peter Pan foi um deles. Vivo falando que os homens tem medo de compromisso, mas na verdade quem tem medo sou eu. Às vezes não tenho orgulho ou amor próprio. Gosto de escrever porque parece sempre mais fácil.

Mas uma outra coisa é verdade, sinto falta de duas coisas nas festas do Brasil: FUNK e meus amigos. Embora eu tenha descoberto que posso ter bons amigos aqui também. - inclusive encontrei um substituto a sua altura, Henrique hauhauha miss you.

E ah, quero esclarecer que isso não afetou meu rendimento escolar: 91/100 na prova; e consegui a monitoria de ICP, e fiquei com SS em inteco e direito. Mas isso foi antes da festa.

Hoje é um sábado a noite e eu tô casa de pijama com meu ursinho. Vou ser uma pessoa comportada!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

#14 Canadian way of life

Eu acordo e vem aquela sensação gelada. Caminhando na rua, a brisa cortante, e uns pingos finos de chuva. Típico de Vancouver. Entro no ônibus, às vezes cheio, às vezes vazio. Vou de seabus para Downtown. Aqui nas estações de train e escada rolante, as pessoas que não estão com pressa andam pela direita, para que as apressadas passem sem problemas pela esquerda. Downtown lembra Nova York, pelo menos o que eu vi de NY na televisão: prédios altos, luzes ao escurecer, movimentação. Bem diferente de North Vancouver que é tão calmo. Ao sair da estação, recebo o jornal diário de graça e quem me entrega ainda agradece. As palavras que eu mais escuto pela cidade são thank you, excuse me e sorry. A maioria das pessoas é bem educada. Aqui no Canadá é tudo meio 8 ou 80 na verdade: a água ou é muito quente ou é muito fria [até hoje brigo com o chuveiro daqui de casa], as pessoas ou são muito educadas ou são muito antipáticas. Alguns te dizem hello sem mais nem menos. Outros nem olham na sua cara. A comida aqui é bem variada, não vi sequer um feijão, e eles comem pouco arroz. É mais sanduíche e pizza. Já vi uma menina comendo Mcdonald's de manhã! - arght. Mas tem uma variedade imensa de restaurantes japoneses, com ótimos preços. Por toda a cidade, dá para se ver as montanhas, como um lindo papel de parede. As pessoas sã bem amáveis, mas não possuem aquele calor brasileiro,.. aquele que eu sinto falta.

Hoje fui patinar no gelo. Caí das vezes, sendo que uma delas eu fui derrubada por um menino que patinava muito bem e estava indo muito rápido. Não me machuquei.

O assunto aqui é bebida. Sempre. Tequila CUERVO custa 5 dólares no México. Absolut no duty free de Seattle era 19 dólares e a maior parte das pessoas ficam impressionadas com a cachaça brasileira. Eles não sabem o que é gummy juice.

Embora existam milhões de regras - como não fumar em lugares públicos - e o cigarro ser hiper caro, todo mundo aqui fuma. Será que aquece? Não sei, prefiro minhas luvas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

#13 Have or not a boyfriend...

Antes de chegar ao Canadá, eu ficava pensando "poxa, como eu queria um namorado que dizesse 'estou com saudades, amor", mas mudei de idéia na primeira semana. Todo dia, algum namorado ou namorada de algum amigo ou amiga minha briga por alguma coisa que eles acham que aconteceu aqui. Sim, porque eu, que já namorei à distância inclusive, sei como é ruim estar longe de quem se ama e quão é difícil aguentar com as milhões de dúvidas que surgem. Afinal, o ser humano tem medo mesmo daquilo que desconhece. Mas algumas pessoas exageram demais. Sério, Vancouver é a cidade mais tranquila do mundo - a nightlife acaba às nove da noite, para se ter um idéia -  e não há nenhum motivo para se preocupar. E já é difícil conseguir suportar toda a saudade do Brasil, da família, dos amigos, ainda ter que aturar brigas por motivos bobos é demais para uma pessoa só. O que eu aprendi com meu relacionamento passado é que não importa o lugar que você esteja, se a pessoa quiser te trair ela vai (eu morava na mesma cidade do meu ex e deu no que deu). Confiança é uma das bases primordiais de um relacionamento e se você não a tem, nem adiante seguir em frente. Sabe, eu tentava ser uma pessoa sem defeitos para que meu ex me amasse, mas de nada adiantou. Porque esse tipo de sentimento não se força, não adianta o quanto perfeita/o você possa ser. Bom mesmo é achar alguém que goste dos seus defeitos. Não adianta querer controlar, prender ou ficar proibindo uma série de coisas. O Amor não surge pela força, mas pela espontaneidade. Um grande amigo meu disse uma vez que relacionamento bom é aquele em que as duas pessoas se entrelaçam e conseguem crescer juntas e que um relacionamento ruim é aquele em que uma das pessoas serve como âncora, prendendo a outra e impedindo-a de crescer. E foi exatamente isso que eu vivi na minha última experiência. Não por culpa dele, devo dizer, mas principalmente porque eu me sentia na obrigação de ser um suporte, de estar sempre presente, prejudicando meus próprios interesses. E mesmo com todos os meus esforços, no final ele nunca me amou. Sabe, no sentido amplo da palavra amar. Amor de verdade. Dos meus amigos aqui, posso falar que todos são tranquilos: O Thiago vive falando bem da namorada dele, a Júlia quer comprar tudo para o namorado dela e a Mari gosta muito do seu respectivo. Nunca vi nenhum deles dando em cima ou mesmo interessado por outra pessoa aqui. É claro que em uma viagem, você vai conhecer infinitas pessoas novas, mas todos nós estamos aqui para estudar Inglês, pensando em nossos futuros profissionais e não em nossas vidas pessoas. Por isso, se seu namorado/a está viajando fique tranquilo, se ele ou ela realmente te amar, não vai te trair ou te magoar. E por favor, não venha com brigas por causa de uma foto ou um comentário besta no facebook. Quanto a mim, não fico com caras comprometidos (principalmente devido à minha última experiência tenho MUITO respeito pelos relacionamentos alheios), nem mesmo faço questão de ficar com alguém, apenas espero que um dia alguém possa me entender no mundo. E aí sim, nós dois vamos crescer juntos e eu vou saber o que é o amor de verdade. Por enquanto, só quero pensar em viajar, conhecer pessoas, e ser diplomata. E guardar comigo cada lembrança boa, por menor que seja, sem precisar ficar dando satisfações.

Hoje finalmente fui ao Ceilis. A fila estava enorme novamente. Conheci uns franceses e uns alemães na fila e por incrível que pareça os europeus sabem que a capital do Brasil é Brasília e que nós falamos português! - inclusive, tenho que abrir um parêntese e dizer que o alemão também ja escreveu um livro que nem eu e não publicou e que com certeza se meu pai estivesse aqui tentaria falar em francês com os franceses. -  E viva a Europa!

Percebi que minha mãe realmente tem razão quando diz que não dou oportunidade para as pessoas que gostam de mim: mas é que ou eu não percebo ou eu ignoro ou eu ignoro porque não percebo ou eu simplesmente me interesso pela pessoa errada ou pela pessoa certa na hora errada. E assim vai, agluém me entende nesse mundo? Nem eu me entendo.

Ontem sonhei com o Dustin pegando duas piriguetes e a minha mãe dizendo pra mim "acho que você precisa dormir mais cedo" IGUALZINHO ela fala na vida real. Saudades da minha mãe.

E sim, realmente preciso dormir mais cedo.

E não, não sou apaixonada pelo Dustin.

Eu acho.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

#12 More 3 weeks!

É isso mesmo! Vou ficar mais três semanas adicionais, além dos 30 dias previstos! Preciso melhorar meu inglês porque provavelmente vou passar em Toronto para conhecer a universidade de York e falar sobre o curso de Ciência Política na UNB. (depois explico melhor) Queria aproveitar para agradecer aos meus pais por essa oportunidade, não tenho como expressar o quanto essa experiência está sendo importante para mim. A cada dia sinto mais falta do Brasil e amo mais Vancouver, como uma moeda com dois lados totalmente distintos. Mas eu sei que eu preciso ficar mais, porque tenho que aprender não só o inglês, mas preciso aprender a viver. A viver comigo mesma, sem chorar a cada despedida ou depender de tantas pessoas. É claro que o cem por cento independência é uma utopia.

Hoje foi um dia bem cansativo. Isso porque o Thiago me fez andar muito só para comprar um par de tênis e um presente para a namorada dele, que na verdade nem sei se ele comprou porque eu e Júlia voltamos mais cedo. Mas pelo menos assistimos, finalmente, Avatar. Em 3D! Não tenho como dizer se aqui o 3d é melhor, porque nunca assisti um filme em 3d no Brasil, mas definitivamente eu preferia com legendas.Vou sentir falta de todos eles quando voltarem para o Brasil. Realmente foi muito bom ter um grupo para os pubs e as compras - aqui se compra muito, inacreditável, eu nem sou de gastar muito, mas aqui eu compro tudo. E por falar em comprar, não pude deixar de comprar um ursinho. Gosto de dormir com ursinhos e achei um perfeito. O nome dele é Dustin, by the way. "Now I have my own Dustin". Brincadeiras a parte, o ursinho é muito fofo. Também consegui uma camiseta belíssima - e meio cara - da Itália para o meu irmão. Espero que ele goste.

Está cada vez mais difícil postar aqui, porque os dias passam voando. Meu´horário na escola é bem farto e escurece 4 horas da tarde. Pais, vocês podem ficar tranquilos quanto aos pubs, porque aqui a night life acaba às oito da noite.

Pedro, está cada vez mais difícil comprar seu x-box. Não tenho três braços infelizmente para carregar tudo e ainda por cima minha mala rasgou de tanta coisa que eu trouxe de Seattle e preciso comprar outra.

Tenho que dormir mais cedo, um dia desses eu estava pescando na aula.

Miss you, guys.
Acabei de realizar que talvez a Carol tenha a blusa super bonita que eu comprei pra ela da Tommy, e agora? =[

#11 English Bay

As praias daqui não são como as de lá. Seria uma boa adaptação da canção do exílio e acho que expressa bem o saudosismo que às vezes nos (nós, brasileiro) abate aqui nessas terras geladas. Vancouver é uma cidade maravilhosa, mas não há nada como o abraço dos pais, a comidinha da mãe, a opinião da mãe na hora de fazer compras e até mesmo a chatisse dos irmãos mais novos. Às vezes eu quero ficar aqui para sempre, outras quero imediatamente voltar ao Brasil. Mas todos sabem como eu posso ser dúbia.
Em nosso 11o dia, fomos à English Bay, uma espécie de baía que na verdade consiste em duas praias. A areia não é fofa, não tem muita areia na verdade, e é repleta de pedras. E o oceano pacífico é gelado. Ao lado, há uma quadra de basquete onde os meninos ficam andando de skate. E várias pessoas caminhando nesse frio. E os corvos voando ao longe. Esse grasnado que não me deixa em paz. Assim é uma praia em Vancouver. Um bom lugar para sentar no banco e desenhar, exatamente o que eu queria esses dias. Simplesmente um lugar para refletir sobre a vida. Porque nada é muito simples, não é? E se fosse talvez não tivesse tanta graça.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

#10 Let's go shopping!

Em Seattle, você realmente pode comprar coisas paradas. As outlets são de deixar maluco - minha mãe não sobreviveria com dinheiro nunca nesse lugar. Tem lojas caras e outras que estão no nível de Vancouver, mas se você procurar direito acha o que quer. Não consegui a calça da tommy por 10 dólares, mas um casaco perfeito por $40. E dois óculos da Fossil por $30 (meu objetivo principal), um para mim e outro para tia Vanessa. Não achei a calça da Diesel para a minha mãe, mas comprei o perfume preferido dela. E o presente de aniversário da Carol. Fiquei tão feliz com todas as compras que nem me preocupei com o frio, estava eufórica. Mas assim que cheguei em casa e deixei as coisas todas tombarem no chão, olhei para tudo aquilo e pensei "no final, são só... coisas". Only this. All this stuff is just... stuff! So... Um perfume caro nunca substituirá um coração partido. Um remédio nunca irá te garantir saúde... e assim por diante. Isso é realmente assustador, porque quando se tem dinheiro imagina-se que todos os desafios da vida serão fáceis, mas na verdade, nada é certo.

Ainda assim, o meu casaco da Tommy é muito bonito.

sábado, 16 de janeiro de 2010

#9 Seattle Rock City

Se eu fosse descrever Seattle em apenas uma única palavra, seria a mesma que usei para descrever São Paulo: loucura. Ou então "música" talvez fosse mais apropriada. Aqui tem som por todo o lugar em uma mistura de etnias, feições, roupas e cores. Vancouver é muito mais organizada. Eu e a Júlia demos uma sorte enorme, porque enquanto a maior parte das meninas ficaram em quartos com mais três pessoas, ficamos só eu e ela em uma suíte e temos uma cama de casal para cada uma! E o banheiro tem banheira! Não podia ter sido melhor... Hoje fomos ao Experience Music Museum. Recomendo plenamente. Você pode tocar guitarra e bateria ou fingir que está tocando (playback) e então depois pode comprar o vídeo, além da enorme coleção de guitarras e jogos interativos. It's amazing. Os americanos não são tão simpáticos quanto os canadenses, really. Estou começando a me dar conta que realmente o Canadá é um país muito mais legal. Pelo menos eu sou muito fã do Canadá. Aqui não é nem tão seguro quanto Vancouver. Mas pelo menos está repleto de música e misturas. E de gente estranha. Achei um presente perfeito para minha irmã. E não é o D.C., Bia.

Bom, tenho que jantar agora.
Saudades de Vancouver já
e do Brasil, é claro
aliás preciso falar com a Carol urgente
haha
beijos

direto do estado de Washington:
Nay.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

#8 A sunny day in RAINcouver

"E Julieta é o sol!"
E o sol resolveu a aparecer!
Depois de dias e mais dias de chuva( sem um raiozinho de sol), daquelas fininhas, que você não sente mas que molha toda a sua mochila, o sol desabrochou como uma flor das nuvens nubladas. Não precisamos pensar duas vezes: Stanley park (finalmente, pai, fui conhecer o seu tão querido parque). Realmente, muito bonito. Uma das coisas que eu mais gosto em Vancouver é isso: você pode encontrar natureza e cidade juntas vivendo em harmonia. Brasília é quase assim. Pelo menos, o plano piloto.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

#7 In the top of the universe

Finalmente, Grouse Montain. Subindo devagar, passando por cima das ávores e dos ursos, que nesse período estão hibernando. Finalmente a neve. Mas a neve mais parece gelo. O frio invade instantaneamente. Como quando o Jack em Titanic diz "parece que mil facas estão entrando em seu corpo". Aventurei-me no snowboard sem lições e por incrível que pareça fui melhor do que eu achava. Caí algumas vezes, é claro. Achei mais exaustivo que difícil.

Nessas horas você percebe o quanto o ser humano é pequeno. Quer dizer, o quanto os nossos problemas são pequenos. Para quê desperdiçar se lamentando? A vida é curta e o mundo grande demais. E existem milhões de pessoas para se conhecer e milhões de coisas para fazer. Quero conhecer tudo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

#6 Fall in Love

Vancouver é realmente uma cidade apaixonante. Isso porque consegue juntar em um só lugar as coisas boas das melhores cidades do mundo: a beleza de Paris, a arte de Florença, as luzes de Nova Yorque e a simpatia do Brasil. Merece mesmo o título de melhor cidade para se viver. Ontem, nós fomos conhecer um pub no centro da cidade. Aqui é cheio de pubs e bares, que abrem cedo e terminam duas horas da manhã. Mas é claro que nunca ficamos até tarde, porque temos aula de manhã. O pub que fomos ontem foi o The Cambie, um cenário meio country, uma jukebox com bandas como Yellowcard e Radiohead e artistas cmo David Guetha, mesas de sinucas e muitos canadenses interagindo. Pedimos para um garoto canadense que estava na mesa ao lado tiraruma foto pra gente. Depois de tirá-la, ele pediu - vejam bem - para tirar uma foto comigo! Depois, ele me ofereceu pagar uma bebida, mas eu disse qe estava com meus amigos. Sentei do lado do Dustin(hostbrother canadense do Thiago e meu eterno conselheiro sobre hábitos locais) e fui tirar minhas dúvidas sobre dating por aqui. Ele disse que é comum um garoto te oferecer uma bebida quando quer ficar com você. De acordo co o Dustin, eles oferecem uma bebida para a garota daí depois pedem para ela sentar com eles na mesa, e então conversam e só então, depois disso tudo, eles chamam para algum lugar privado para making out. Canadenses não costumam se beijar em público. É tão diferente do Brasil que eu até fiquei com medo um pouco. Mesmo porque, o Dustin me falou que aqui é muito comun "casual sex", e que às vezes daí surge uma serious relationship. Irônico não? No Brasil há mais demonstrações em público, mesmo assim os canadenses são bem mais liberais - acho que mesmo que o Brasil está cercado de falso moralismo. O Dustin é uma pessoa realmente útil! Posso treinar meu inglês e ainda de quebra aprender expressões. Ele me contou sobre a decepção amorosa dele - parece que cada um tem que ter a sua, então se você ainda não teve se prepare!  Na escola o assunto da unidade da semana foi Dating//Love também Estou no level High Intermed., by the way. (obs: E meu pai achava que eu não me virava com meu inglês, hein?) Cada país tem um jeito diferente de lidar com relacionamentos. O Amor é algo universal, mas suas manifestações não.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

#5 Take a sad song...

Árvores em que os galhos parecem gravetos, sombras, barulho de corvos sobrevoando o céu, ruas escuras... Vancouver é o cenário perfeito para um filme de terror... ou para uma canção triste. A cidade todo inspira solidão e reflexão. O frio faz com que as pessoas se fechem não só em seus casacos, mas em suas mentes para dialogar consigo mesmas a questão da existência da vida. Enquanto andava pela galeria de Arte - uma grande galeria. - pensava em tudo isso. A maior parte das imagens retratavam paisagens da British Columbia, muitas apelavam para alguma nacionalidade. Mas que nacionalidade se Vancouver é repleta de gente, idiomas diferentes e costumes distintos? Se na rua vemos árabes, chineses, koreanos, brasileiros e europeus... E então eu lembrei porque gosto tanto de Arte em geral. A Arte é uma forma de nos tornar imortal. Sim, porque quando eu olho um quadro, eu fico imaginando "esse cara pintou isso há 200 anos, o que será que ele estava pensando?" Ou melhor, o que será que ele estava sentindo? E esses sentimentos sobreviveram seus 200 anos em uma simples tela... Por isso, sou tão contra críticos de Arte... eles podem falar sobre linhas e coisas sem tanta importãncia, mas a inspiração não se adquire com um curso... e foi por isso - um dos motivos, quer dizer - que eu sai do Desenho Industrial. Sentimentos são mais importantes do que técnicas. Sentimentos não se compram como tinta. Sentimentos não morrem com as pessoas. Eles ficam no ar, nos versos, nas palavras, nas telas... E é isso que eu acho que é universal... Porque essa chuva fina e essas calçadas já viveram muitas histórias, mas as pessoas, ah as pessoas, elas sentiram.

No seabus, vim escutando He Jude, porque também se pode aproveitar um curto instante de melancolia.
Fui ao aquário - não achei lá grandes coisas. O Stanley Park deve ser mais bonito no verão. Os passeios da escola são meio desorganizados e ainda temos que comprar o livro texto! Bonitas mesmo são as luzes da cidade, e o oceano pacífico na escuridão.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

#4 So many brazilians

Vancouver é uma cidade multicultural. Em um mesmo ônibus, escuta-se português, inglês, chinês, francês, e todos os tipos de idiomas. É certo que a maior parte dos habitantes são provenientes da Ásia, mas acredito que esse fato chame a atenção também devido aos traços dos asiáticos serem bem característicos. Hoje foi o primero dia na ILAC, mas os novos alunos não tiverem aula. Foi  apenas uma apresentação e um tour pelos arredores, que foi atrapalhado pela chuva constante e ventania. Aqui sempre chove (raincouver!). A maior parte dos estudantes é brasileiro, então depois de comermos pizza de graça na escola resolvemos nos aventurar pela cidade. Um deles tem um hostbrother canadense, que não é daqui mas de Toronto, e ele foi conosco també. Algumas vezes esquecíamos que ele não falava português e acabávamos usando alguma expressão brasileira com ele. Ele fazia aquela cara de desentendido. Por coincidência, ele faz Design! (eu fiz 1 ano de Desenho Industrial). Ele desenha muito bem, aliás. Primeiro nós fomos ao metrotown. Perdi meu gorro lá e 10 minutos depois ele estava nos achados e perdidos.do shopping - todo mundo achou incrível. Depois fomos a um pub. Ganhamos fritas de graça de um casal que estava saindo e não queria mais comer. Aqui, eles são assim. A mulher que nos atendeu se chamava Tracey. Ela disse "it's tracey, not crazy", típicas piadinhas canadenses. No pub,tentávamos falar em inglês para que o Dustin (hostbrother do nosso amigo) entendesse. Engraçado ele acha que eu e o nosso amigo (que é mais branco que eu) somos bronzeados. Mas isso é porque ele é quase branco que nem papel. E lembra um pouco o Chad Michael Murray.

domingo, 10 de janeiro de 2010

#3 Do you speak Spanish?

O que todos esperavam que iria acontecer ocorreu em meu terceiro dia em Vancouver: me perdi. Mesmo contra - novamente - os conselhos do meu pai - até parece que ele é advinho - inventei de ir até Downtown para ver o caminho que farei amanhã até a escola. No começo foi trânquilo: bus 246, seabus, downtown, andei um pouco e logo achei a Ilac. Fiquei alguns minutos admirando as luzes do centro da cidade: lembrou um pouco Nova Yorque, pelo que eu vejo na televisão. Já estava escuro - aqui escurece às 4 da tarde - e então resolvi voltar. Enquanto esperava o seabus, observei três pessoas sentadas ao lado de materiais de ski. Eram dois suíços e uma menina não sei de onde. Uma outra menina falava ao celular um tanto distante dessa cena. Eles estavam conversando sobre ski em geral. Depois a menima foi falar com outro homem, puxar conversa, e depois se despediu dos dois. Acho que eles tinham acabado de se conhecer, porque ao sentar no seabus os dois começaram a falar em como ela tinha sido estranha puxando assunto desse jeito e depois simplesmente indo embora - obs: o inglês deles era terrível. E então chegou a suíça que antes estava falando no celular: alta, bonita, cabelos castanhos, com aquela cara de esnobe que diz "sou melhor que você, porque sou mais bonita e alta que você". Entenda que isso é um pré-julgamento, lógico, mas necessário e baseado em evidências. Assim que ela chegou começou a dizer que pelo visto a menina não tinha gostado dela porque nem tinha dirigido a palavra à ela, e o outro respondeu "of course, you're not a boy" (entederam o sentido dessa frase?). Ou pelo menos foi essa conotoção a qual eu cheguei dessa situação, o que me deixou muito embaraçada. Afinal, o que adianta você viajar para um lugar tão longe e não fazer esses amigos temporários sem regras ou compromissos? Porque é bom ter amigos verdadeiros, mas isso existe certo compromisso, determinadas regras de conduta, como por exemplo não faltar aniversários. Mas os passageiros sempre serão temporários, apenas uma lembrança boa como a sensação do gelo que dissolve na mão. Sempre achei que as pessoas - a maior parte - tinha medo de compromisso por causa do medo da decepção. Amigos momentâneos dificilmente vão te decepcionar, porque simplesmente não vão ter Tempo. Já ouviu o ditado que todas as pessoas são legais nos primeiros 3 minutos? Eu acreditava nisso fielmente até degostar desses três no segundo minuto. Depois de descer do seabus, peguei novamente o bus 246, o mesmo de ontem, só que pelo visto perdi a parada por falta de atenção, porque quando me dei por si estava na parada final em West Vancouver - minha casa é em North Vancouver. O motorista disse para eu ir até a bus stop mais próxima. Todos os motoristas de ônibus aqui são iguais: loiros, altos, olhos azuis. Às vezes até acho que é o mesmo cara. Corri até a parada de ônibus e perguntei se alguém sabia como chegar até a 26th, mas ninguém sabia ao certo. Então ia quase entrando em um ônibus quando uma filipina disse "wait, this is not your right bus!" Ela ia para a 30th, nós deveríamos pegar o mesmo ônibus para o seabus (longsdale) e depois pegaríamos ônibus separados. Ela me explicou várias coisas e era bem legal, falava bem e tinha 29 anos, embora parecesse ter no máximo 20. Pena que achava que os brasileiros falavam espanhol. Tenho esclarecido esse fato arduamente aqui, umas cinco pessoas achavam que eu falava espanhol.  Tinha minhas resalvas em relação aos asiáticos, - achava-os meio frios -  mas para falar a verdade eles são extremament gentis e prestativos. Ela me ajudou a entrar no ônibus correto e falou para o motorista - sempre aquele mesmo biotipo - me ajudar. Ele perguntou se eu falava espanhol.. ou português. Sentei e depois tive que levantar para uma mulher, que usava um aparelho estranho de locomoção, poder se posicionar. Fiquei em pé e quase cai. O õnibus estava lotado. Estava do lado de um garoto, bem bonito na verdade, alto, com jeito de inglês, e sotaque levemente britânico - charmosíssimo - quando o homem sentado a nossa frente saiu e desceu do bus. Os amigos do garoto disseram "take it, take it, take it". E ele "no, I won't" E então ele me olhou e com aquele sotaque britânico do Hugh disse "you can take it". Oh-my-god como diria a Janice do Friends. Eu sentei e ele sorriu com aquele jeito meio embaraçado - de fato me lembrou o Cedric Diggory (antes dessa onda Crepúsculo e tal). Então um lugar perto ao meu descocupou e meio que ele sentou na minha frente. `Às vezes ele só ria e eu ria de volta. Ou então, ele torcia o lábio, naquele jeito meio torto e eu achava engraçado. Perguntei se ele morava aqui, ele disse que sim, ele perguntou onde eu estava e eu respondi. E aí foi até chegar o momento fatal: perguntou se eu fazia high school. "No, I'm twenty" e então ele disse com aquele sorrisinho embaraçado "I'm seventeen". É é, podem me zuar, mas ele não tinha cara de high school e era uma graça! Expliquei como tinha me perdido. De repente, a gravação do bus falou "27th", daí eu fiquei confusa, ja tinha passado a 26th? perguntei para o garoto e ele disse que eu tinha que descer e andar um bloco. "Oh, I'm going to be lost again" Quando levantei, ele deu o sorriso torto, levantando os olhos, e falou "good luck". E lá fui eu para a escuridão. Sim, não conseguia achar minha rua. Parei um carro no sinal e perguntei, mas o sinal abriu e puf o carro se foi. Então encontrei uma mulher passeando com uma cadela -creio que a raça do Pingo, dog do Danillo. Pedi ajuda. E acreditem, ela teve a bondade de vir comigo até a minha casa, que era bem longe da dela. No caminho, fomos conversando, ela achava a cadela meio burra ("she is not very smart") - eu ri. Ela gostava de brasileiros, parece-me que a mãe dela era host de estudantes também. Ela foi fantástica. Canadenses são extremamente gentis, realmente, nice people. E enfim, eu cheguei em casa. Sempre vou me lembrar de cada pessoa que me ajudou aqui com muito carinho. E é isso que me faz gostar tanto dessas amizades momentâneas. Não ter a obrigação de abrir ou forçar uma conversa no MSN, não ter obrigações sociais, não ter que ficar ligando e principalmente não ter lembranças ruins. Porque, acreditem, às vezes algumas lembranças ruins mancham todas as boas com as lágrimas de sangue que fizeram ser derramadas. Como tinta em um tecido branco bordado. E então, não há nada a fazer a não ser lamentar pelo infortúnio dessa discrepância (do destino! -loshermanos) que é a vida. Conversar com alguém em uma estação, tomar café com um desconhecido, saber um pouco da história de vida de um estranho não faz mal, apenas nos ajuda a progredir e nos reconhecer - só tomem cuidado com os suíços! (risos) Brincadeiras a parte, acho que enquanto o ser humano não aprender que o próximo não é apenas a família ou o vizinho o mundo não irá progredir e a humanidade não avançará. Porque basta ser feliz com um pequeno gesto, seja uma informação, uma caminhada, uma conversa ou apenas um sorriso singelo. Quando nos vemos nos outros, aí sim os outros somos nós mesmos. Isso que é o Amor Universal. Talvez, não sei de nada (momento sócrates). Just learning. Sabe, toda essa experiência no Canadá está me ajudando a refletir muito sobre o que as pessoas chamam de "experiências negativas". Essa palavra assusta muito, de fato. Eu descobri com minhas decepções pessoais que o mundo pode desabar, mas o mais importante é como você encara os fatos. A maneira como você lida com os obstáculos é o que importa de verdade. Eu aprendo muito com minhas experiências não positivas e até acho que elas são bem importantes. Aquela metáfora de pegar as pedras que te jogam e construir um castelo. Mas, por favor, tomem cuidado com as avalanches!


saudades IMENSAS do Brasil
sabe, o Canadá é bonito, mas EU AMO MEU PAÍS!
Beijosnãomeliguemestousemtelefonecelular.

#2 Seabus, skytrain and metrotown

Aqui, o transporte público funciona! As estações são limpas, os ônibus bem conservados e os motoristas bem educados. Ontem, fui ao Metrotown com o Klinger, que também é da UnB. Metrotown é um shopping que fica em uma estação de trem. Como eu moro em North Vancouver, - separado de Vancouver pela água - para chegar lá, eu tenho que pegar um ônibus, depois um seabus e depois o skytrain. O sistema funciona na base da segurança, você compra o ticket na estação ou deposita a moeda nos ônibus sem que ninguém fique lhe cobrando (será que funcionaria no Brasil? =x) e eu comprei um passe por 99 dólares que eu posso usar durante o mês quantas vezes quiser e em todos os transportes. Comprara de manhã com a minha hostfamily, quando fomos fazer compras. As frutas daqui são enormes! As maçãs são maiores que a minha mão.


O seabus é como se fosse uma balsa eletrõnica, mas é tão eficiente que você nem consegue sentir a água. Só fui entender mesmo o sentido da palavra skytrain ao entrar nele: o trem passa por cima da cidade. É uma vista incrível. O metrotown é um shopping enorme e a maioria das lojas estavam em promoção - inclusive Armani e American Eagle - mas eu comprei apenas um livro por - 5 dólares -  para treinar o Inglês. Fiquei realmente tentada a comprar uns óculos Armani, but I'm waiting for Seattle. Achei uma bijou que era a cara da minha mãe - uma bijou Armani, lógico - mas era bem cara. Descobri um presente legal para o meu pai, uma coisa simples e útil assim como ele, não vou contar aqui, porque senão ele vai ler. E dei uma olhada nos preços do x-box 360 que meu irmão quer. 299,99 dólares o elite fora os impostos. Para variar, não achei o D.C. da Bia. A moça da loja de eletrônicos era super simpática - descobriu logo de cara que éramos brasileiros, pelo sotaque - diferente do cara que nos atendeu quando o Klinger foi trocar o mp3 dele. Ele parecia aqueles personagens de comédia americana que trabalham insatisfeitos nessas lojas de eletrônicos e foram geeks na High School. Sério. Não resisti e comi no burguer king, praticamente o mesmo preço do Brasil, só que, não sei explicar, mas o gosto é melhor. Encontramos alguns amigos brasileiros lá no shopping e depois mais outros ao voltar de seabus. Minha hostmother perguntou se eu estava com fome, mas na verdade eu estava apenas com sede - eles bebem água da torneira! Ela achou super estranha minha descrição dos transportes públicos no Brasil - trash, trash, really trash - e também achou esquisito nossa preferência por escolas particulares. Ela é bem interessada pela cutura do Brasil. A pequenininha, Pryia, é a que mais fala comigo. Não consigo entender tudo, mas a maior parte. Nós desenhamos juntas (ela fez um desenho pra mim) e brincamos também. Ela gosta de Taylor S. e Hannah Montana. O Kyle é mais tímido, e chora bastante.

Bom, aqui chove quase a todo instante. O pessoal chama carinhosamente de raincouver. Mas eu gosto de chuva, vocês sabem.

Miss you!

sábado, 9 de janeiro de 2010

#1 Without legends?

Eu esperava conseguir postar no aeroporto de São Paulo ou Toronto, mas a internet era paga. - o que eu acho um absurdo (free internet já!). Em Vancouver, que era de graça, não tive Tempo nem de respirar. Pois aqui estou eu no meu quartinhom com as luzes, apagadas, pois são seis e pouco da manhã.
Bom, está todo mundo me perguntando como foi a viagem.  Cheia de aventuras, como é de se esperar quando sou eu que estou viajando.Em Brasília meu vôo atrasou cerca de 1 hora, conheci uma menina que fizera 1 ano de intercâmbio no Alaska e aproveitei para tirar várias dúvidas. A vantagem de se viajar sozinha é que você não fica presa a ninguém e pode fazer várias novas amizades momentâneas e sem compromissos. Depois, parti para SP. Uma palavra para descrever São Paulo: loucura. De pessoas, trânsito, prédios, enfim! Quase não consegui voltar ao aeroporto por causa do trânsito e da chuva (tinha ido almoçar no shopping), foram quase três horas para chegar a Guarulhos. E meu pai ligava a todo minuto. Como se não bastasse quase perder a hora, no aeroporto, eu quase perdi minha passagem, o passaporte e a paciência. Embarquei enfim para Toronto, a viagem mais longa da minha vida. 10 horas no avião. Não conseguia dormir direito. Na coletãnea de vídeos tinha Bastardos Inglórios, mas eu estava com um pouco de dor de cabeça. Muitas turbulências. E então a desvantagem de viajar sozinha: não há ninguém do seu lado para segurar firme sua mão e dizer: não se preocupe. Mas fora isso, foi bem tranquilo. A cidade de Toronto estava branca de neve, e eu pude até sugurar em um floco de gelo que estava em uma das malas. Logo, ele se dissolveu em minha mão, como as várias coisas da vida. Todos no aeroporto eram meio que fãs do Brasil. Um moço da Venezuela até disse: "como vocês podem trocar aquelas praias por este frio?" E eu conheci brasileiros legais. No vôo para Vancouver, a comida era paga. Eu pedi chips mas não aceitavam visa travel money nem notas altas, então a mulher me deu de graça, o que eu achei extremamente gentil embora eu quisesse mais para trocar meu dinheiro que para comer. Ao chegar, peguei minha bagagem - me arrependi muito de ter trazido tanto coisa - e segui para o transfer. Mandaram-me para o endereço errado, uma casa de filipinos, e por mais que eu tentasse explicar que minha homestay era em North Vancouver, o motorista não quis me escutar. Tive que ligar para adiretora da homestay da ILAC ela providenciou um taxi. Aliás, o motorista era árabe ou indiano e o inglês dele, não dava para entender NADA. Minha homestay finalmente é um casal com seus filhos (uma menina e um menino) gêmeos de 4 anos de idade. São as crianças mais bonitas que eu já vi e os pais são bem simpáticos. Aliás, os canadenses são todos bem engraçadinhos. Conheci um asiático no aeroporto, um dos motoristas, e ele achou engraçado meu volume único de Nárnia em Português e disse que meu nome era parecido com o título (Nayara = Nárnia?). Eles fazem piadas sempre e o sotaque é parecido com o dos EUA, porém menos exagerado. Meu quarto é espaço, com poucos móveis e uma cama de casal. Ele fica na parte subterranea da casa, então eu tenho mais privacidade e mais frio. No momento estou com duas peças de roupa, casaco moletom e meias. A prima dos gêmeos estava aqui ontem, ela tinha 10 anos e era super legal. Mas ela já foi embora, porque mora na Índia ou em algum lugar assim, não entendi direito. Ela adoraria conhecer o Brasil! Ainda não conheci a cidade, mas já vi que o sol não aparece aqui. Aliás foi meu primeiro pensamento "Where's the sun?". Tem vários lagos, e o cara da venezuela - que trabalhava no aeroporto - até brincou dizendo que aqui se confunde beaches com lakes. Beaches, aliás é uma palavra que eu evito falar, porque não sei diferenciar na pronunciação de bitchs, imaginem só eu dizendo "In brazil, there's so many beaches" com a pronúncia errada.

Dormi 12 horas seguidas depois de brincar com os gêmeos.
Vou ver se saio hoje com os brasileiros, descobrir o funcionamento da cidade.
Já estou com saudades de todos!


ps: acho que alguém que se deu muito bem aqui foi meu netbook, não precisei nem de adaptador, parece que ele tem linhagem canadense.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Check up!

Arruma mala, ajeita mala, pega roupa, tira do armário, guarda os documentos... quanta coisa! Amanhã já saio em direção ao aeorporto de São Paulo. Mas quanta escala hein! E quantas horas de vôo!


1 day

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Finally my homestay!

Bom, minha homestay chegou! Ontem mesmo, logo depois do meu post reclamando. É, a vida é meio engraçada mesmo. Estou quase acabando de fazer minhas malas. Sou muito enrolada. Tenho que anotar várias coisas para não esquecer, e lembro de muitas coisas desnecessárias... o ser humano é mesmo uma máquina fantástica. Vou ficar em North Vancouver, que é na verdade uma cidade, e não um bairro propriamente dito. Fiquei sabendo que tem muitas paisagens naturais, acho que vou gostar. Já me comuniquei por e-mail com minha hostmother. Ela tem um casal de gêmeos (devem ser super fofos!) de 4 anos de idade. Estou ansiosa para conhecê-los, porque eu gosto muito de crianças. Um pouco nervosa, talvez, afinal é uma casa totalmente desconhecida. Hábitos diferentes, culturas diferentes, e veja bem, idioma diferentes. Esses dias fiquei com insônia. Não sei se isso faz parte do "pacote pré-viagem" ou se é característica minha mesmo. Está fazendo uma bonita tarde de sol hoje, daquelas que eu gosto de sair e andar. Mas vou ficar em casa, porque a noite vou encontrar com um amigo meu. Vocês podem achar estranho, mas já estou com saudades de Brasília. Definitivamente, eu amo essa cidade.


2 days

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Patience...

Acabei de voltar da embaixada, onde fui buscar meu passaporte. Todo esse processo de vistos é uma imensa chatice. Mas uma chatice extremamente necessária, é claro. Para o visto do Canadá, você precisa recorrer a um despachante, já que o serviço fica em São Paulo. Consiga toda a documentação, espere uma semana, e como diriam os franceses: voilá! Como pretendo visitar Seattle, fui tirar meu visto dos EUA. O processo é bem simples, mas exige muitas horas de espera. Primeiro, é preciso marcar uma entrevista pelo site, e dependendo da disponibilidade das datas, pode demorar, por isso, marque com antecedência. A minha foi mês passado. No dia da entrevista, são muitas filas. Fila para entrar, pega senha, digitais, etc... E a todo instante eu pensava em desitir, por que afinal tudo isso para um dia em Seattle? Será que valeria a pena? Uma resposta apenas surgia em minha cabeça: calça da Tommy por 10 dólares! Calça da Tommy por 10 dólares! Sim, Seattle possui as melhores outlets e eu pretendo visitar  a maior parte. Além de que, vai ter um festival de gelo. Vale a pena sim, porque fica do lado de Vancouver. Além de quê, todos foram muito corteses comigo durante a entrevista e todo o processo. E, acima de tudo, o visto de 5 anos de duração! Quer dizer, pense bem, posso ir pela CVC a qualquer momento conhecer Miami, Nova Yorque ou São Francisco durante nada menos que cinco anos! Nessas horas eu fico pensando em como o mundo é grande. Quantos bilhões de pessoas existem. Quantas pessoas medrosas, corajosas, mentirosas, interessantes por aí. E eu aqui me contentando com minha vida normal de sempre de sair com os amigos, ir à faculdade. Sinceramente, eu amo meu país, mas já não é o bastante. Eu quero ser livre dos meus próprios medos. Eu quero ser livre de mim mesma. Eu quero ser livre das minhas hesitações, dos meu amores, das minhas derrotas e vitórias, dos meus arrependimentos. Afinal de contas, realmente, liberdade é poder! E ah, existem realmente poucas coisas, e estou sendo bem auto-crítica, que me atraem mais do que o poder. Espero que não me achem presunçosa, é apenas uma confissão.

3 days

E nada da minha homestay sair! já estou perdendo a paciência...


domingo, 3 de janeiro de 2010

The All American Rejects in Vancouver!

The All American Rejects já foi minha banda favorita em todo o mundo. Já marcou uma fase extremamente boa da minha vida. Já me fez rir e chorar. Já me deixou apaixonada pelas letras e pelo vocalista. E até hoje é uma das bandas que eu gosto mais. Sabe quando eles irão tocar no Brasil? Provavelmente nunca. E se por acaso tocarem, vai ser no Rio ou em São Paulo. Pois é, descobri que eles vão tocar em Whistler em uma cerimônica de vitória dos jogos de inverno (winter olympics), realizados no canadá, apenas após QUATRO DIAS de eu ter embarcado de volta para o Brasil. Estou tentando negociar uma prorrogação com meu pai, e espero que ele leia esse post e entende o quanto ver, ao menos de longe, essa banda é importante para mim. Ah, se ao menos ele soubesse o quanto eu gosto da banda ou o quanto eu acho o vocalista bonito (o mais bonito do mundo, de acordo com a minha irmã) ou principalmente o quanto essas músicas me fizeram chorar de emoção (opa, não sou emo!). A probabilidade de eu conseguir um ingresso também não é muita, eles são restritos para os "locais" de Whistler, o campo de gelo a algumas horas de Vancouver, e a única forma de conseguir é com algum fã que não queira ir ao show. Bom, eu quero muito mesmo ir.

E para quem nunca escutou:
http://www.allamericanrejects.com/

Recomendo plenamente!


4 days


Speak to me, when all you got to keep is strong
Move along, move along like I know you do

sábado, 2 de janeiro de 2010

Countdown

"10, 9, 8, 7..."

A contagem do Ano Novo já passou e a chuva continua em Brasília. Depois de um primeiro dia de ano de sol, as nuvens voltam a forma um céu nublado. Eu gosto assim. Desse cheiro de grama úmida e esse ar com vapor d'água. Que bom que eu não sou muito apegada ao meu amigo Sol, porque Vancouver é uma cidade que fica na maior parte do dia sem ele. Estamos no inverno no hemisfério norte, e pela primeira vez na vida vou passar meu verão longe das praias ensoraladas do Brasil. Vancouver é uma cidade cheia de paisagens naturais, montanhas com picos gelados, ruas organizadas, transportes eficientes. Tem poucos habitantes. Muito menor que Toronto. No total, são 15 horas de voo e duas conexões, uma no aeroporto de São Paulo e outra em Toronto, já no Canadá. Vou trocar de avião três vezes e esperar muito no aeroporto. Falta menos de uma semana para a viagem e a minha homestay ainda não chegou. Aquele friozinho na barriga. Preciso saber logo quem vão ser meus pais, irmãos (caso tenha, quero muito) - puxa como é estranho chamar pai alguém que eu nem sei quem é! - para comprar presentinhos. Já comprei alguns casacos, embora em todo lugar deva ter aquecedor. Só faltam as luvas e alguns objetos fundamentais em qualquer viagem. Ainda tenho que pegar meu visto para os EUA, minha entrevista foi na Terça, porque pretendo conhecer Seattle com a escola. Vou estudar na ILAC. Bom, sinceramente acho que vou sentir falta de Brasília. É claro, é só um mês, mas eu gosto muito de morar aqui. Enquanto isso, vou arrumando as coisas para a viagem. Minha mãe quer que eu dê notícias todos os dias, mas como eu vou ficar sem celular o jeito é pela internet mesmo. Afinal, ganhei um netbook exatamente para isso.

5 days.